A Rússia recebeu informações dos Estados Unidos sobre a possibilidade de um atentado em Moscovo, no entanto, a mesma não continha detalhes, disse fonte dos serviços de inteligência russos à agência estatal RIA Novosti.
"Essa informação realmente chegou", confirmou a fonte, dizendo, contudo, que se tratavam de dados de natureza geral, segundo a agência.
Recorde-se que os Estados Unidos já tinham avisado, através da sua embaixada em Moscovo, a 7 de março, para a possibilidade de um atentado a concentrações de pessoas, incluindo concertos, recomendando aos cidadãos norte-americanos que evitassem grandes aglomerações, o que foi minimizado pelos dirigentes russos. Esta informação, segundo a Casa Branca, foi compartilhada com a Rússia.
O ataque armado, a que se seguiu um enorme incêndio numa sala de concertos nos arredores de Moscovo, resultou na morte de pelo menos 115 pessoas e várias dezenas de feridos e foi reivindicado pelo Estado Islâmico (EI).
O EI, que já atacou a Rússia em várias ocasiões, afirmou na plataforma de mensagens Telegram que os combatentes do grupo "atacaram uma grande concentração (...) nos arredores da capital russa".
A organização fundamentalista afirmou que o grupo de comandos tinha depois "regressado em segurança à base".
O atentado, que os meios de comunicação social russos começaram a noticiar por volta das 20h15 de Moscovo (17h15 em Lisboa), foi levado a cabo por vários indivíduos armados na Crocus City Hall, numa sala de espetáculos situada em Krasnogorsk, nos arredores da capital russa, informou a AFP.
Jornalistas da uma agência de notícias viram o edifício mergulhado em chamas, nuvens de fumo negro a sair do telhado e uma enorme presença policial e dos serviços de emergência.
De acordo com a televisão russa, o telhado do edifício colapsou parcialmente. Não foi dada qualquer informação sobre o número de pessoas presas no interior da estrutura.
Segundo um jornalista da agência de notícias estatal Ria Novosti, pessoas camufladas invadiram a sala de espetáculos antes de abrirem fogo e lançarem "uma granada ou uma bomba incendiária".
Os serviços de emergência afirmaram que as chamas se espalharam pelos quase 13 mil metros quadrados do edifício, antes de o fogo ser contido.
Este sábado, o Kremlin anunciou a detenção de 11 pessoas ligadas ao atentado, incluindo quatro atacantes.
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