"Em resposta ao massacre cometido pelo inimigo sionista na cidade de Habariye, os combatentes da Resistência Islâmica bombardearam a povoação de Kiryat Shmona e o comando da Brigada 769 com dezenas de foguetes às 08h00 de hoje [06h00 em Lisboa]", declarou o movimento em comunicado.
A Defesa Civil libanesa confirmou na conta X que as suas equipas recuperaram de manhã sete corpos dos escombros de um centro pertencente à Associação Libanesa de Ambulâncias em Habariye, onde também apagaram um incêndio provocado por mísseis israelitas.
No âmbito dos combates que começaram em outubro passado, o Estado judeu atacou vários centros pertencentes à Autoridade Sanitária Islâmica, ligada ao Hezbollah, bem como alvos médicos estatais, como um hospital do exército libanês em Ain Ebel (sul) e um hospital público em Mays al-Jabal (sul).
As forças israelitas confirmaram que soldados atacaram na noite de terça-feira uma instalação em Habariye, mas disseram que tinham como alvo uma "estrutura militar", tendo reivindicado a morte, entre outras, de um "terrorista" que tinha promovido operações contra o território israelita.
O fogo cruzado entre o Hezbollah e Israel voltou na terça-feira a subir de tom, com dois novos bombardeamentos israelitas no Vale de Bekaa, uma região no leste do Líbano, longe da fronteira comum, onde os confrontos entre as duas partes tendem a concentrar-se.
O grupo xiita respondeu com o disparo simultâneo de 50 foguetes contra um quartel militar nos Montes Golã, território sírio ocupado por Israel.
Hoje de manhã, um responsável do grupo Jamaa Islamiya, organização libanesa ligada ao grupo islamita palestiniano Hamas, que pediu para não ser identificado, já tinha anunciado a morte de sete pessoas, "todos eles socorristas".
Num comunicado, a Jamaa Islamiya descreveu o ataque como "hediondo".
Outro responsável do Jamaa Islamiya, que também pediu para não ser identificado, relatou que cerca de 10 socorristas estavam no centro de emergência no momento do ataque e que os corpos ainda estavam a ser retirados dos escombros do edifício.
Desde o início da guerra entre Israel e o Hamas na Faixa de Gaza, em 07 de outubro, que aliados do movimento palestiniano, em particular o Hezbollah, têm trocado praticamente todos os dias tiros com as forças israelitas ao longo da fronteira sul do Líbano.
De acordo com uma contagem da AFP, pelo menos 331 pessoas tinham sido mortas no Líbano -- a maioria combatentes do Hezbollah, mas também pelo menos 57 civis -- em trocas de tiros transfronteiriças em quase seis meses.
O Hezbollah disse que tem realizado ataques em solidariedade com o Hamas, enquanto Israel tem desencadeado nas últimas semanas ataques aéreos em território libanês, acentuando as ameaças de uma guerra aberta.
Os bombardeamentos também provocaram uma vaga de milhares de deslocados que habitavam no sul do Líbano, mas também no norte de Israel, onde foram mortos dez soldados e sete civis, disse o Exército israelita.
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