"O mundo inteiro está a prestar atenção a este caso e está solidário com a situação dos Direitos Humanos e com o destino de Assange", disse o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Lin Jean.
"A equidade e a justiça devem ser respeitadas", observou.
De acordo com Lin, "o WikiLeaks expôs uma grande quantidade de informação secreta sobre as guerras dos EUA no Afeganistão e no Iraque e revelou também o facto de a CIA levar a cabo todo o tipo de ciberataques".
De acordo com a última decisão, o tribunal deu três semanas ao governo dos EUA para dar garantias satisfatórias de que Assange poderá invocar em sua defesa a Primeira Emenda da Constituição dos EUA, relativa à proteção da liberdade de expressão.
Também serão necessárias garantias de que o australiano não será prejudicado no julgamento devido à sua nacionalidade, de que lhe serão concedidas as mesmas proteções da Primeira Emenda que a um cidadão norte-americano e de que não será condenado à pena de morte.
Se essas garantias não forem dadas, será concedida a Assange uma licença para recorrer, mas se forem dadas, as partes terão a oportunidade de apresentar novas alegações na audiência de 20 de maio, para que seja tomada uma decisão sobre o recurso.
A extradição de Assange foi assinada em junho de 2022 pela então Ministra do Interior britânica, Priti Patel.
Os EUA pedem a extradição de Assange por 18 acusações de espionagem e intrusão informática, na sequência das revelações explosivas feitas no seu portal, que entre 2010 e 2011 expuseram alegados crimes de guerra dos EUA no Iraque e no Afeganistão.
De acordo com a defesa de Assange, estes crimes são puníveis com 175 anos de prisão nos EUA.
Assange foi detido pela primeira vez em 2010, a pedido da Suécia, num processo que entretanto foi arquivado. Em 2012, refugiou-se na embaixada do Equador em Londres, mas foi detido em 2019 pela polícia britânica depois de o país lhe ter retirado o estatuto de asilo, e está preso desde então.
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