Israel anula viagem de delegação aos EUA para enviar mensagem ao Hamas

O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, justificou hoje a decisão de cancelar o envio de uma delegação de Israel a Washington como "uma mensagem para o Hamas".

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© CHRISTOPHE ENA/POOL/AFP via Getty Images

Lusa
27/03/2024 15:48 ‧ 27/03/2024 por Lusa

Mundo

Israel/Palestina

A decisão seguiu-se à aprovação na segunda-feira, pela primeira vez, de uma resolução do Conselho de Segurança da ONU sobre um cessar-fogo na Faixa de Gaza graças à abstenção dos Estados Unidos.

"A decisão que tomei de não enviar a delegação a Washington, depois da decisão do Conselho de Segurança, foi uma mensagem para o Hamas de que não vai contar com a pressão internacional", disse o primeiro-ministro.

"Não vai funcionar", insistiu Netanyahu durante um encontro com o senador norte-americano Rick Scott, que está de visita a Israel, citado pela agência espanhola EFE.

A delegação deveria ser liderada por dois dos principais conselheiros de Netanyahu, o ministro dos Assuntos Estratégicos, Ron Derner, e o conselheiro de segurança nacional, Tzachi Hanegbi.

A deslocação a Washington, feita a pedido da Administração dos Estados Unidos, destinava-se a ouvir as propostas norte-americanas de expansão da ajuda humanitária a Gaza e de alternativas a uma operação terrestre em Rafah.

O Hamas rejeitou uma nova proposta de trégua israelita, elaborada em conjunto com os Estados Unidos, depois da aprovação da resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas.

Netanyahu descreveu a decisão dos Estados Unidos de não vetar a resolução como negativa.

"O pior é que encorajou o Hamas a adotar uma posição dura e a confiar na pressão internacional para impedir que Israel liberte os raptados e destrua o Hamas", acrescentou.

As conversações sobre Gaza voltaram a fracassar esta semana, depois de o Hamas ter mantido as exigências de um cessar-fogo abrangente e da retirada das tropas israelitas.

O Hamas disse aos mediadores de Estados Unidos, Qatar e Egito na segunda-feira à noite que mantém a posição de há semanas.

O gabinete de Netanyahu classificou na terça-feira as exigências do grupo islamita como "ilusórias e extremas" e ordenou o regresso da equipa de negociação israelita de Doha.

Netanyahu disse que a recusa do Hamas era "um triste testemunho dos danos causados pela resolução do Conselho de Segurança da ONU".

Um responsável norte-americano disse aos meios de comunicação social israelitas que a resposta do Hamas tinha sido preparada antes da votação da ONU.

O atual conflito foi desencadeado pelo ataque em solo israelita em 07 de outubro de 2023, que causou cerca de 1.200 mortos e mais de duas centenas de reféns.

Desde então, Israel tem em curso uma ofensiva no pequeno enclave palestiniano que provocou quase 32.500 mortos, segundo as autoridades locais controladas pelo Hamas.

Leia Também: Israel mata três palestinianos em ataque militar na Cisjordânia ocupada

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