"Poderemos finalmente defender-nos", disse o ex-vice-presidente do RN e presidente da Câmara de Perpignan, Louis Aliot, que juntamente com Marine Le Pen, sempre negou as acusações de que é alvo.
Os magistrados suspeitam que, entre 2004 e 2016, os representantes do RN colocaram em prática "de maneira concertada e deliberada" um "sistema de desvio" dos envelopes (21 mil euros por mês) atribuídos pela União Europeia (UE) a cada eurodeputado para pagar a assistentes parlamentares que trabalhavam total ou parcialmente para o partido.
O tribunal decidirá a 03 de julho, após parecer de peritos, se o pai de Marine Le Pen e fundador da Frente Nacional, depois renomeada União Nacional, Jean-Marie Le Pen de 95 anos, está apto a preparar a sua defesa e a assistir ao julgamento.
"O senhor Le Pen já não se pode deslocar e as suas faculdades estão consideravelmente afetadas", declarou ao tribunal o seu advogado, François Wagner.
Entre os arguidos estão também 11 deputados europeus eleitos nas listas da FN, 12 dos seus assistentes parlamentares e quatro funcionários do partido.
A investigação teve início em março de 2015, quando o Parlamento Europeu anunciou que tinha remetido para o gabinete antifraude da UE possíveis irregularidades cometidas pela FN relativamente aos salários pagos aos assistentes parlamentares.
Em 2016, as investigações foram entregues a dois juízes de instrução financeira de Paris.
Marine Le Pen foi acusada em junho de 2017 de abuso de confiança e cumplicidade, acusações posteriormente reclassificadas como "desvio de fundos públicos".
Em 2018, o Parlamento Europeu estimou as suas perdas em 6,8 milhões de euros nos anos de 2009 a 2017.
Este anúncio do Tribunal de Paris surge a poucas semanas das eleições para o Parlamento Europeu, que ocorrem de 06 a 09 de junho, nas quais o partido RN liderado por Jordan Bardella está em vantagem nas sondagens, com 30% das intenções de voto dos eleitores na França.
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