O programa, avaliado em cerca de 60.000 milhões de dólares (cerca de 55.630 milhões de euros), está bloqueado no Congresso desde o ano passado.
"Informei o presidente da Câmara dos Representantes [Mike] Johnson sobre a situação no campo de batalha, em particular sobre o aumento dramático do terrorismo aéreo russo", afirmou Zelensky, que falou com o responsável norte-americano por telefone.
Na plataforma de transmissão de mensagens Telegram, Zelensky, citado pela agência France-Presse (AFP), considerou que "a rápida aprovação da ajuda dos EUA à Ucrânia pelo Congresso é vital".
Johnson, republicano que controla os projetos de lei que são votados na Câmara Representantes, disse na semana passada que estava a analisar "uma série de vias" para ajudar a Ucrânia.
Em 22 de março, as forças russas lançaram o seu maior ataque aéreo às infraestruturas energéticas da Ucrânia nos dois anos que a guerra já ultrapassou.
De acordo com o chefe de Estado ucraniano, a Rússia disparou um total de 190 mísseis, enviou 140 drones e lançou 700 bombas teleguiadas em território ucraniano na semana passada.
Por sua vez, os EUA têm sido o principal apoio militar de Kiev desde o início da invasão russa, em fevereiro de 2022.
À estação televisiva norte-americana CBS News, disse que a Ucrânia "precisa de ajuda agora", embora a situação atual esteja melhor que há dois meses.
"Estabilizamos a situação. Está melhor que o que estava há dois ou três meses, quando tínhamos um grande défice de munição de artilharia", afirmou Zelensky em declarações hoje divulgadas.
Sobre a ajuda norte-americana que está bloqueada, Zelensky insistiu na falta de artilharia, mas também na necessidade do sistema de defesa de mísseis Patriot.
"Sejamos honestos, o dinheiro que foi calculado pelo Congresso, pela administração, na maior parte dos casos, aí uns 80% - pelo menos 75% - ficará nos EUA. As munições vêm ter connosco, mas a produção ocorre lá, o dinheiro fica nos EUA e os impostos também", afirmou o Presidente ucraniano.
Zelensky insistiu que a guerra da Rússia pode chegar à Europa e aos Estados Unidos.
"Para ele [Presidente russo, Vladimir Putin], somos um satélite da Federação Russa. Agora somos nós, depois o Cazaquistão, os Balcãs, a Polónia e depois a Alemanha. Pelo menos metade da Alemanha", considerou Zelensky.
As forças russas intensificaram os bombardeamentos maciços contra a Ucrânia, depois de as forças de Kiev terem lançado uma contraofensiva no verão passado, com pouco sucesso.
A Rússia invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro de 2022, desencadeando a crise de segurança mais grave na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Desconhece-se o número de baixas civis e militares do conflito, mas diversas fontes, incluindo a ONU, têm alertado que será elevado.
Leia Também: Zelensky inspeciona construção de novas linhas de defesa no nordeste