"Sou contra a expansão da NATO", afirmou RFK Jr. em resposta a uma pergunta da Lusa sobre a Organização do Tratado do Atlântico Norte, que aumentou o número de membros com a entrada da Finlândia e da Suécia.
"Vou repensar a NATO e torná-la num instrumento de paz, em vez de um instrumento de guerra", continuou o candidato. "Penso que a expansão da NATO é um dos fatores que levou à guerra na Ucrânia".
Kennedy Jr. referiu as bases da NATO na Polónia e Roménia como ameaças precursoras do conflito e relembrou um dos casos mais controversos da presidência do seu tio, o Presidente John F. Kennedy, na crise dos mísseis em Cuba.
"Em 1962, quase entrámos em guerra porque os russos colocaram armas nucleares à porta da nossa fronteira, em Cuba", afirmou. "O meu tio sempre disse que se queremos paz temos de nos pôr nos sapatos do adversário e penso que devemos fazer isso", considerou.
Em matéria de política externa, Robert F. Kennedy Jr. também criticou a forma como a administração Biden está a lidar com o conflito Israel-Hamas e considerou que é preciso isolar o grupo terrorista em vez de criticar Israel.
"Biden não fez um bom trabalho a mobilizar a comunidade internacional para ajudar a resolver o problema do Hamas", disse o candidato em declarações aos jornalistas. "O Conselho de Segurança [das Nações Unidas] até hoje não condenou o ataque de 07 de outubro", apontou.
RFK Jr. sugeriu que Biden poderia falar ao telefone com líderes como Vladimir Putin e Xi Jinping para isolar o Hamas na comunidade internacional. "Em vez disso, isolaram Israel e não lhe deram outra escolha que não usar poder militar", apontou.
O candidato ressalvou que é "favorável" à ajuda humanitária e lamentou a situação trágica que se vive em Gaza. "Vejo o que está a acontecer às crianças e penso que todo o mundo está de coração partido por causa disso", afirmou. "Mas não devemos estar a apontar o dedo a Israel quando o culpado é o Hamas", declarou.
Robert F. Kennedy Jr. abandonou o partido democrata em 2023 e candidatou-se à presidência como independente. Várias sondagens nacionais atribuem-lhe entre 12% e 14% das intenções de voto, percentagens anormalmente elevadas para um candidato alternativo aos dos partidos democrata e republicano.
O reconhecimento do apelido, herdeiro de uma das maiores famílias políticas dos Estados Unidos, tem contribuído para o bom desempenho nas sondagens, embora o candidato ainda não tenha garantido que o seu nome aparecerá nos boletins de voto na maioria dos estados.
O evento em Los Angeles marcou o lançamento da iniciativa "Viva Kennedy 24", virada para o apelo ao voto do eleitorado hispânico.
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