Com quase 20% dos votos contados, o presidente cessante da câmara de Istambul, Ekrem Imamoglu, consegue 49,6% contra 41,6% do seu principal adversário.
Em Ancara, a capital do país, o atual presidente da câmara, Mansur Yavas, deverá ser reconduzido no cargo, com 56,5% dos votos, contra 36,3% do seu principal opositor, quando estão apurados os resultados em 12,4% das urnas.
Ekrem Imamoglu e Mansur Yavas são ambos filiados no Partido Republicano Popular (CHP, na sigla em turco), principal força da oposição turca.
O mapa municipal alterou-se nas últimas décadas na Turquia, com o conservador e islâmico Partido da Justiça e do Desenvolvimento (AKP), liderado pelo Presidente Recep Tayyip Erdogan, a dominar o centro e norte do país, enquanto o principal rival - CHP, social-democrata e nacionalista -- prevalece na parte ocidental e mediterrânica.
Nas últimas eleições municipais, em 2019, o AKP venceu em 740 municípios face aos 240 do seu rival, mas as vitórias decisivas centram-se nas zonas com maior população e peso económico, assinala a agência noticiosa espanhola EFE.
A conquista das câmaras municipais de Istambul e Ancara pelo CHP em 2019 significou um duro revés para Erdogan, que centrou o seu discurso político na reconquista de Istambul.
Caso Imamoglu consiga a reeleição, já está a ser apontado como potencial candidato à presidência da Turquia nas eleições de 2028, às quais Erdogan não pode teoricamente apresentar-se.
Em declarações no passado dia 08 de março, Erdogan admitiu pela primeira vez o fim do seu poder ao assegurar que as municipais de 31 de março seriam as suas últimas eleições.
Com 16 milhões de habitantes, Istambul é o motor financeiro, social e cultural da Turquia, para além de possuir um valor simbólico: entre 1994 e 1994 Erdogan foi presidente da câmara municipal e foi nesta grande metrópole que iniciou a sua carreira política, num mandato algo turbulento.
Cerca de 61,4 milhões de eleitores foram chamados às urnas nas 81 províncias da Turquia, das quais 30 são classificadas como "macro-urbanas", o que significa que o presidente da câmara da capital da província governa os destinos de toda a província, o que lhe confere grande relevância política.
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