A mulher que encontrou o crânio do pequeno Émile Soleil, no domingo, transportou os restos sozinha para uma esquadra da polícia, conta a cadeia francesa BFMTV.
A descoberta aconteceu cerca de nove meses após Émile ter sido dado como desaparecido, perto de Haut-Vernet, aldeia onde passava férias com os avós, em França.
Segundo a BFMTV, uma mulher que alegadamente realizava uma caminhada no local, a menos de dois quilómetros da aldeia, terá encontrado o crânio, pegando nele com as mãos e levando-o sozinha para a esquadra da polícia de Seyne-les-Alpes.
"Teríamos preferido que ela não tocasse em nada", disseram investigadores ao Le Figaro. As ossadas foram imediatamente transportadas para análise. Está a ser feito um "trabalho extremamente rápido", disse ao mesmo jornal o coronel Pierre-Yves Bardy, comandante do grupo de gendarmaria dos Alpes-de-Haute-Provence, ao final da manhã desta segunda-feira.
Sublinhe-se que os agentes da autoridade deslocaram-se de volta para o local, onde a mulher indicou o sítio exato da descoberta.
Esta zona já tinha, no entanto, sido alvo de buscas, o que levantou questões sobre o porquê de só agora terem sido descobertos os restos. Investiga-se se a criança terá morrido neste local, ou se os restos terão sido lá colocados posteriormente.
A porta-voz da Guarda Nacional Francesa (IRCGN, na sigla em francês) apontou para a possibilidade de o "terreno irregular" e o "facto de ser verão e a vegetação ser densa" terem levado a que os restos não tenham sido descobertos anteriormente.
"Este é um local por onde passam diariamente os caçadores e os seus cães e moradores e onde se realizaram trabalhos florestais no outono", disse o autarca de Vernet, François Balique.
“Seria interessante saber se esta é a primeira vez que [a mulher] passa por aqui”, disse o comandante da polícia à BFMTV. Já ao jornal francês Le Figaro, uma fonte próxima da investigação disse que a mulher "é uma residente local", desconhecendo-se se "estava realmente a fazer uma caminhada".
Na mesma onda está o ex-diretor do instituto de investigação criminal da IRCGN, François Daoust, que disse que "falta o ponto zero" do crime, ou seja, o local "onde está o número máximo de ossos" de Émile.
A polícia organizou, a 28 de março, uma reconstrução dos acontecimentos no momento do seu desaparecimento, envolvendo mais de uma dúzia de pessoas.
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