Parlamento israelita aprova lei que bane canal Al Jazeera do país

"Não haverá liberdade de expressão para os porta-vozes do Hamas em Israel", afirmou ministro das Comunicações israelita, Shlomo Karhi.

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Notícias ao Minuto com Lusa
01/04/2024 17:39 ‧ 01/04/2024 por Notícias ao Minuto com Lusa

Mundo

Knesset

A chamada 'lei Al Jazeera', uma nova legislação israelita que permite encerrar meios de comunicação social estrangeiros, foi aprovada, esta segunda-feira, no plenário do parlamento de Israel (Knesset).

"Não haverá liberdade de expressão para os porta-vozes do Hamas em Israel. O Al Jazeera estará encerrado nos próximos dias", afirmou o ministro das Comunicações israelita, Shlomo Karhi, citado pelo Times of Israel.

Também o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, recorreu à rede social X para dar conta que "o canal terrorista Al-Jazeera deixará de emitir em Israel". "Tenciono agir imediatamente em conformidade com a nova lei para pôr termo à atividade do canal", lê-se na mensagem.

Na mesma publicação, o chefe do Governo israelita afirmou que o canal do Qatar "prejudicou a segurança de Israel, participou ativamente no massacre de 07 de outubro e incitou à violência contra os soldados das FDI [Forças de Defesa de Israel]".

"É altura de retirar o xofar (instrumento de sopro) do Hamas do nosso país", disse Netanyahu, que já esta manhã tinha revelado ter contactado o chefe de disciplina do seu partido, Likud, Ofir Katz, para lhe pedir que assegurasse a aprovação do projeto de lei.

A lei autoriza o ministro das Comunicações a ordenar o encerramento de meios de comunicação social estrangeiros que operam em Israel, bem como para confiscar o seu equipamento, caso considerem que representam "um verdadeiro prejuízo para a segurança do Estado".

O canal será banido por 45 dias, mas o período de encerramento pode ser renovado.

Saliente-se que, em meados de novembro, o gabinete de segurança israelita aprovou um projeto de lei que permite o encerramento de meios de comunicação social estrangeiros, após semanas de desacordo com as publicações da televisão Al-Jazeera, do Qatar, e da rede Al-Mayadin, próxima do Irão.

Israel está atualmente envolvido numa guerra na Faixa de Gaza contra o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas), depois de, em 07 de outubro, o grupo islamita palestiniano ter matado cerca de 1.200 pessoas e feito 240 reféns numa série de ataques em território israelita.

As Forças de Defesa de Israel (FDI) responderam a esses ataques do Hamas com uma campanha militar sangrenta na Faixa de Gaza, que causou até agora a morte de mais de 32.800 palestinianos, na sua maioria mulheres e crianças, e mais de 75.000 feridos.

O Governo israelita não está satisfeito com o tratamento dado pelos meios de comunicação social à sua operação militar em Gaza, especialmente por meios de comunicação como a Al-Jazeera.

O próprio Netanyahu censurou há meses o primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, pela forma como a cadeia britânica BBC tratou a guerra.

[Notícia atualizada às 18h30]

Leia Também: Oito mortos em ataques israelitas perto da embaixada iraniana em Damasco

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