A chamada 'lei Al Jazeera', uma nova legislação israelita que permite encerrar meios de comunicação social estrangeiros, foi aprovada, esta segunda-feira, no plenário do parlamento de Israel (Knesset).
"Não haverá liberdade de expressão para os porta-vozes do Hamas em Israel. O Al Jazeera estará encerrado nos próximos dias", afirmou o ministro das Comunicações israelita, Shlomo Karhi, citado pelo Times of Israel.
Também o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, recorreu à rede social X para dar conta que "o canal terrorista Al-Jazeera deixará de emitir em Israel". "Tenciono agir imediatamente em conformidade com a nova lei para pôr termo à atividade do canal", lê-se na mensagem.
Na mesma publicação, o chefe do Governo israelita afirmou que o canal do Qatar "prejudicou a segurança de Israel, participou ativamente no massacre de 07 de outubro e incitou à violência contra os soldados das FDI [Forças de Defesa de Israel]".
"É altura de retirar o xofar (instrumento de sopro) do Hamas do nosso país", disse Netanyahu, que já esta manhã tinha revelado ter contactado o chefe de disciplina do seu partido, Likud, Ofir Katz, para lhe pedir que assegurasse a aprovação do projeto de lei.
A lei autoriza o ministro das Comunicações a ordenar o encerramento de meios de comunicação social estrangeiros que operam em Israel, bem como para confiscar o seu equipamento, caso considerem que representam "um verdadeiro prejuízo para a segurança do Estado".
O canal será banido por 45 dias, mas o período de encerramento pode ser renovado.
Saliente-se que, em meados de novembro, o gabinete de segurança israelita aprovou um projeto de lei que permite o encerramento de meios de comunicação social estrangeiros, após semanas de desacordo com as publicações da televisão Al-Jazeera, do Qatar, e da rede Al-Mayadin, próxima do Irão.
Israel está atualmente envolvido numa guerra na Faixa de Gaza contra o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas), depois de, em 07 de outubro, o grupo islamita palestiniano ter matado cerca de 1.200 pessoas e feito 240 reféns numa série de ataques em território israelita.
As Forças de Defesa de Israel (FDI) responderam a esses ataques do Hamas com uma campanha militar sangrenta na Faixa de Gaza, que causou até agora a morte de mais de 32.800 palestinianos, na sua maioria mulheres e crianças, e mais de 75.000 feridos.
O Governo israelita não está satisfeito com o tratamento dado pelos meios de comunicação social à sua operação militar em Gaza, especialmente por meios de comunicação como a Al-Jazeera.
O próprio Netanyahu censurou há meses o primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, pela forma como a cadeia britânica BBC tratou a guerra.
[Notícia atualizada às 18h30]
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