Na sessão de abertura, intitulada 'Palestina, a questão central da nação', Zoelfel Mandela, neto do falecido líder sul-africano e vencedor do Prémio Nobel da Paz (1993), manifestou a sua condenação do "genocídio israelita" na Faixa de Gaza, numa participação por carta, uma vez que não pôde comparecer pessoalmente.
"Estamos convosco contra o genocídio, a limpeza étnica e os crimes contra a humanidade cometidos pelo apartheid israelita e pelos apoiantes do imperialismo ocidental", frisou, na missiva dirigida aos participantes.
Tushar Gandhi, neto do líder espiritual da Índia, Mahatma Gandhi, salientou num vídeo que "a brutalidade desumana para destruir o bem-estar dos palestinianos tem sido observada silenciosamente pelo resto do mundo".
"O governo de Saná foi o único que demonstrou coragem para reagir", acrescentou Gandhi na gravação transmitida num ecrã gigante durante a sessão.
Neste primeiro dia, o líder dos Hutis, Mohamed Ali al Huti, acusou os regimes árabes de "subserviência aos Estados Unidos e a Israel".
"O que estamos a testemunhar na Jordânia, no Egito e outros países, como a Arábia Saudita, os Emirados Árabes Unidos e os Estados do Golfo, nada mais é do que provas de uma traição flagrante da causa e de uma rendição vergonhosa aos americanos e israelitas", apontou.
No seu discurso, o líder dos Hutis reafirmou "a centralidade da questão palestiniana" e o "apoio constante" dos rebeldes nessa luta, para "libertar a terra e os lugares sagrados e estabelecer o Estado Palestiniano em todo o território palestiniano".
Da mesma forma, mostrou a sua rejeição à proposta defendida internacionalmente para a criação de dois Estados, uma solução que os Huthis não aceitarão "em nenhuma circunstância".
Esta conferência decorre até quinta-feira e abordará inúmeras investigações e documentos de trabalho sobre o conflito israelo-palestiniano, com a participação de outra figuras como Aleida Guevara, filha do revolucionário marxista argentino Ernesto "Che" Guevara.
Também devem participar George Galloway, membro do Parlamento britânico, e Alexander Dugin, conselheiro do Presidente russo Vladimir Putin, entre outros.
Israel está atualmente envolvido numa guerra na Faixa de Gaza contra o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas), depois de, em 07 de outubro, o grupo islamita palestiniano ter matado cerca de 1.200 pessoas e feito 240 reféns numa série de ataques em território israelita.
As Forças de Defesa de Israel (FDI) responderam a esses ataques do Hamas com uma campanha militar sangrenta na Faixa de Gaza, que causou até agora a morte de mais de 32.800 palestinianos, na sua maioria mulheres e crianças, e mais de 75.000 feridos.
Desde o início da guerra na Faixa de Gaza, os Hutis têm mostrado a sua defesa feroz da causa palestiniana e a sua rejeição ao Ocidente, considerando que este bloco apoia Israel na sua operação contra o enclave palestiniano.
Os Hutis têm lançado ataques contra território israelita e contra navios com alguma ligação a Israel.
Os ataques dos Hutis perturbaram em grande medida o comércio marítimo internacional, cuja passagem pelo mar Vermelho e pelo canal do Suez é uma via essencial.
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