"Aquando do início da crise, a Comissão lançou um 'site' dedicado à resposta dada ao surto do novo coronavírus. Hoje, lança uma secção para o combate à desinformação relacionada com a pandemia, fornecendo materiais para deteção de mitos e verificação de factos ['fact-checking']", informa o executivo comunitário em comunicado.
Na página que está desde hoje 'online', a Comissão Europeia nota que "as informações deliberadamente falsas e enganadoras no domínio da saúde estão a proliferar" e aconselha os cidadãos a confiarem "apenas nas informações provenientes de fontes fidedignas" sobre o surto de covid-19, como a Organização Mundial de Saúde ou o Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças.
Numa tentativa de "separar os factos da ficção", Bruxelas clarifica também nesta página que "a crise do coronavírus não é um prenúncio do colapso do espaço Schengen", isto é, do conceito de livre circulação de pessoas e bens, atualmente em suspenso devido às medidas restritivas, explicando ainda que "os migrantes não estão a trazer o covid-19 para a Europa", numa alusão a duas das 'fake news' propagadas nos últimos dias.
A página pode ser acedida em https://ec.europa.eu/info/live-work-travel-eu/health/coronavirus-response/fighting-disinformation_pt.
Na passada sexta-feira, a vice-presidente da Comissão Europeia para os Valores e Transparência, Vera Jourová, realizou uma videoconferência sobre a desinformação em altura de pandemia com responsáveis das plataformas digitais Google, Facebook, Twitter, Microsoft, Mozilla e com a associação comercial EDiMA, representativa do setor tecnológico na UE.
"As plataformas confirmaram que observaram um aumento constante nas informações falsas e prejudiciais, principalmente relacionadas com saúde, que estão agora a ser removidas em grandes quantidades", realça o executivo comunitário na nota de imprensa hoje divulgada.
No final do encontro, Vera Jourová congratulou-se com as "fortes medidas" já adotadas, nomeadamente no que toca à remoção de falsos anúncios relacionados com equipamentos de proteção, como máscaras, mas instou as plataformas a "intensificarem estes esforços".
No final de 2018, estas plataformas 'online' comprometeram-se com Bruxelas a combater a desinformação nas suas páginas, através de um código de conduta assinado na altura contra as 'fake news' que se traduziu mecanismo de autorregulação para acabar com as notícias falsas na internet.
Dada a evolução deste problema, Bruxelas deverá, entretanto, lançar um novo plano de ação.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 727 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram perto de 35 mil.
Dos casos de infeção, pelo menos 142.300 são considerados curados.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.
O continente europeu, com mais de 396 mil infetados e perto de 25 mil mortos, é aquele onde se regista atualmente o maior número de casos.
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