Segundo a cadeia televisiva CNN e a rádio NPR, trata-se de Thaer Ahmad, médico no serviço de urgência de Chicago regressado recentemente aos EUA, depois de semanas de trabalho no Hospital Nasser, um dos maiores da Faixa de Gaza, agora inutilizado pelos ataques israelitas.
Ahmad explicou à NPR que saiu da reunião por respeito aos seus compatriotas palestinianos e para deixar claro que a Casa Branca deve fazer mais para parar a guerra e permitir a entrada da ajuda humanitária.
Segundo a NPR e a CNN, Ahmad entregou a Biden uma carta de uma criança órfã, com oito anos, que lhe suplicava que impedisse o avanço das tropas israelitas em Rafah, no sul da Faixa de Gaza, onde 1,5 milhões de palestinianos se aglomeram e Israel prepara uma ofensiva terrestre.
O incidente ocorreu durante uma reunião de trabalho que Biden e sua equipa, incluída a vice-presidente, Kamala Harris, teve com líderes árabes, muçulmanos e palestinianos.
Inicialmente, a Casa Blanca tinha organizado um banquete com estes líderes para romper o jejum do Ramadão, mas vários recusaram o convite, considerando-o ofensivo perante o risco de fome na Faixa de Gaza, segundo meios locais.
Acabou-se por optar por uma iniciativa menos ambiciosa apenas com o presidente e alguns funcionários muçulmanos para assinalar o fim do jejum, precedida pela reunião de trabalho com líderes árabes, muçulmanos e palestinianos.
Durante essa reunião, Ahmad aproveitou para relatar a Biden o que tinha visto enquanto fornecia assistência médica na Faixa de Gaza e manifestar a sua oposição a qualquer ação militar israelita em Rafah.
"Estivemos no terreno, vimos o quão congestionada está Rafah, a pouca ajuda que chega, qualquer atividade milytrar lá será catastrófica", disse à NPR.
Durante a conferência de imprensa de hoje, a porta-voz da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, recusou dar detalhes sobre a reunião, por ter caráter "privado", mas disse que Biden respeita o direito ao protesto pacífico.
"Entendemos que este é um momento muito doloroso", considerou.
Biden enfrenta uma crescente indignação da comunidade árabe pela ajuda militar a Israel para a sua ofensiva na Faixa de Gaza.
Esta contestação pode custar caro a Biden nas próximas eleições presidenciais de novembro, especialmente em Estados chave com grande presença árabe.
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