A Ucrânia "tornou-se um Estado puramente terrorista que há dez anos aterroriza os seus cidadãos tanto no país como no estrangeiro", afirmou Lavrov, de acordo com as agências espanholas EFE e Europa Press.
Lavrov referia-se à mudança ocorrida na Ucrânia em 2014, quando um movimento pró-europeu forçou a demissão do então Presidente Viktor Yanukovich, que favorecia uma ligação do país à Rússia em vez de à União Europeia (UE).
O atentado de 22 de março contra uma sala de concertos nos arredores de Moscovo, que provocou 145 mortos e mais de 500 feridos, foi reivindicado por um grupo ligado à organização terrorista Estado Islâmico.
Moscovo admitiu que o atentado foi feito por um grupo de islamitas de origem tajique, mas tem insistido em procurar uma "pegada ucraniana".
Afirmou mesmo ter provas do financiamento dos terroristas por parte da Ucrânia, uma afirmação que Kyiv negou categoricamente.
As autoridades russas fizeram várias detenções na sequência do atentado, incluindo os quatro suspeitos de o terem concretizado.
Lavrov disse aos embaixadores em Moscovo que era óbvio que o ataque tinha uma "impressão digital ucraniana", argumentando que havia precedentes do envolvimento de Kyiv "em muitos outros ataques terroristas em território russo".
O ministro dos Negócios Estrangeiros referiu os atentados contra a jornalista Daria Dugina, o correspondente de guerra Vladlen Tatarski e o carro em que viajava o escritor Zakhar Prilepin, que atribuiu à Ucrânia.
Lavrov disse que Moscovo entregou recentemente às autoridades ucranianas um pedido oficial para que Kyiv tome "medidas imediatas para cessar qualquer apoio a atividades terroristas", entregue os autores e compense os danos.
"Exigimos a Kyiv que cumpra os seus compromissos" no âmbito das convenções da ONU sobre terrorismo, acrescentou.
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