O líder iraniano, cercado por altos responsáveis militares, realizou uma oração pelos mortos em frente das urnas cobertas com a bandeira nacional, descreveu a agência oficial Irna.
Os restos mortais dos sete membros do Corpo da Guarda Revolucionária, o exército ideológico da República Islâmica, foram repatriados para o Irão na noite de quarta-feira, após a destruição do edifício consular no complexo da representação diplomática iraniana na capital síria, num ataque com mísseis atribuído por Teerão a Israel.
"Os corpos dos mártires da embaixada iraniana chegaram ao aeroporto de Mehrabad", em Teerão, anunciou a agência Isna, transmitindo um pequeno vídeo que mostrava caixões transportados por um veículo.
A cerimónia fúnebre terá lugar na sexta-feira, no centro de Teerão, por ocasião do Dia de Al-Quds (Jerusalém), que será assinalado como todos os anos com uma manifestação de solidariedade com os palestinianos e contra Israel.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros iraniano renovou hoje em comunicado o "apoio da República Islâmica à luta legítima do povo palestiniano" contra Israel.
O ataque de segunda-feira, que deixou 16 mortos segundo o Observatório Sírio para os Direitos Humanos, foi o quinto atribuído a Israel no espaço de uma semana na Síria, um país em guerra civil há 13 anos e cujo Presidente, Bashar al-Assad, é apoiado por Teerão.
O Irão acusou imediatamente Israel, que não tem hábito de admitir a responsabilidade por este tipo de operações, mas que já disse que não permitiria que o regime iraniano ganhasse uma posição na sua fronteira.
Israel realizou centenas de ataques na vizinha Síria contra posições do Governo sírio, grupos pró-iranianos e alvos militares do Irão desde o início da guerra no país em 2011.
Os ataques intensificaram-se com o início, em 07 de outubro, da guerra entre Israel e o grupo islamita palestiniano Hamas na Faixa de Gaza, desencadeada por um ataque sem precedentes do movimento apoiado pelo Irão em solo israelita.
O ayatollah Ali Khamenei ameaçou na quarta-feira que Israel seria "esbofeteado" pelo ataque em Damasco, alertando que os "esforços desesperados na Síria não salvarão [os israelitas] da derrota".
O ataque em Damasco matou o general Mohammad Reza Zahedi e Mohammad Hadi Haji Rahimi, dois comandantes da Força Quds, uma unidade de elite da Guarda Revolcionária responsável pelas operações externas do Irão.
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