Os Estados Unidos estão em alerta e a preparar-se ativamente para um ataque "significativo" do Irão, esperado para a próxima semana, segundo avança a CNN internacional.
O ataque virá, auguram os norte-americanos, como uma resposta à morte de altas figuras da Guarda Revolucionária do Irão na Síria, às mãos de um ataque israelita.
Segundo fontes norte-americanas, citadas pela CNN internacional, o ataque é "inevitável", levando a que tanto o executivo dos EUA como o de Israel estejam a esforçar-se por antecipar o ataque e defender-se.
Na quinta-feira, o presidente dos EUA, Joe Biden, falou por telefone com o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, e o eventual ataque iraniano foi um dos assuntos discutidos, garante a cadeia televisiva norte-americana.
Nesse mesmo dia, Netanyahu advertiu o Irão de que Israel irá retaliar se for atacado, num contexto de tensões regionais crescentes após o ataque ao consulado iraniano em Damasco, Síria, que matou 16 pessoas, incluindo dois civis.
"Saberemos como nos defender e agiremos de acordo com o princípio simples de que quem nos atacar ou planear atacar-nos, nós atacá-lo-emos", disse o chefe do governo israelita, durante uma reunião do gabinete de guerra, noticiou o jornal The Times of Israel.
Esta posição surge depois de o líder supremo do Irão, Ayatollah Ali Khamenei, ter emitido uma mensagem em hebraico, na madrugada de quinta-feira, avisando que Israel "lamentará" o ataque ao consulado iraniano.
Tanto o líder supremo do Irão como o presidente do país, Ebrahim Raisi, já tinham avisado que o ataque israelita era uma violação do Direito internacional e que não ficaria sem resposta, embora nenhum deles tenha esclarecido a extensão de uma possível retaliação.
Ataque causou 16 vítimas mortais, entre as quais 2 civis
Dois civis foram mortos no ataque israelita ao consulado iraniano na capital síria, na segunda-feira, que causou um total de 16 vítimas mortais, incluindo sete membros Força Quds (braço de operações especiais estrangeiras da Guarda Revolucionária iraniana), segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos, com sede em Londres, e fontes no país árabe.
"O ataque não ficará sem resposta. Os sionistas têm de saber que nunca conseguirão atingir os seus objetivos malvados através de ações tão desumanas", afirmou Raisi, enquanto o líder supremo do Irão, o 'ayatollah' Ali Khamenei, prometeu vingança.
O ataque a Damasco foi o pior golpe para o corpo militar de elite desde a morte de Qasem Soleimani, um general iraniano que liderou a Força Quds até ser morto pelos norte-americanos em 2020, num bombardeamento no Iraque.
A tensão com o Irão aumenta quando na fronteira norte se regista troca de tiros entre as tropas israelitas e a milícia xiita libanesa Hezbollah, a mais intensa desde a guerra que travaram em 2006.
Desde 08 de outubro do ano passado, um dia depois do início da guerra entre Israel e o Hamas e quando se iniciaram as disputas na zona de fronteira, morreram cerca de 370 pessoas.
O ministro da Defesa israelita, Yoav Gallant, afirmou na quarta-feira que Israel está a "aumentar a sua preparação" para as ameaças provenientes de todo o Médio Oriente e a expandir as suas operações ofensivas contra o Hezbollah, que lança diariamente mísseis, 'rockets', 'drones' e artilharia, aos quais Israel responde com bombardeamentos.
Irão e Israel estão envolvidos num clima de confrontação há vários anos.
Telavive acusa Teerão - que nega - de querer adquirir a bomba atómica para fins militares, com os israelitas a assumirem abertamente que pretendem impedir tal avanço e contrariar a influência dos iranianos no Médio Oriente.
O Irão, por sua vez, acusa Israel de estar por detrás de uma série de sabotagens e assassínios que visam o programa nuclear iraniano.
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