"Todos os governos devem respeitar a inviolabilidade das missões diplomáticas, tal como estabelecido na Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas de 1961", indicou o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros britânico.
"A segurança das instalações e do pessoal diplomático é um princípio fundamental que rege as relações diplomáticas", acrescentou.
O México decidiu cortar as relações diplomáticas com o Equador depois de as forças equatorianas entraram na embaixada mexicana para retirar o ex-vice-presidente Luis Glas.
Glas encontrava-se na missão depois de o Governo mexicano lhe conceder asilo político.
Em conferência de imprensa, no domingo, a chefe da diplomacia mexicana, Alicia Bárcena, disse que vai apresentar o caso ao Tribunal Internacional de Justiça e "em todos os fóruns multilaterais regionais e internacionais" para que o incidente seja condenado "por toda a comunidade internacional".
Após a invasão na sexta-feira, o México mandou encerrar em definitivo a embaixada em Quito.
Bárcena acrescentou que pelo menos 18 países da América Latina e 10 países europeus, os Estados Unidos e o Canadá manifestaram solidariedade e apoio. Os diplomatas e familiares abandonaram já o país.
"Sentimo-nos verdadeiramente ultrajados porque foi violada a imunidade da embaixada e do pessoal diplomático e também pela grande violência de uma entrada não autorizada", disse a ministra.
O Governo mexicano qualificou a operação policial como uma violação da soberania e do direito internacional, tendo esta sido igualmente condenada pelo secretário-geral da ONU, António Guterres, pelo Departamento de Estado norte-americano e pela União Europeia.
Depois de ter sido levado da embaixada mexicana, Jorge Glas foi transferido de avião para a prisão de segurança máxima de La Roca, situada no complexo penitenciário da cidade de Guayaquil, reservado aos presos mais perigosos.
Sobre o ex-vice-presidente pendia um mandado de localização e de prisão preventiva por um caso de alegado desvio de fundos públicos no processo de reconstrução da província costeira de Manabí, devastada por um forte terramoto em abril de 2016.
Glas devia também regressar à prisão para terminar de cumprir uma pena de oito anos por duas condenações definitivas de associação ilícita (relacionada com o esquema de subornos da construtora brasileira Odebrecht) e de suborno (pelo financiamento ilegal do seu movimento político).
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