Agência para Refugiados Palestianos tem fundos até ao final de junho

A Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinianos (UNRWA) informou hoje que dispõe de fundos para funcionar até ao final de junho, em parte graças ao regresso de países doadores que suspenderam o seu financiamento em janeiro.

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© JAAFAR ASHTIYEH/AFP via Getty Images

Lusa
09/04/2024 17:16 ‧ 09/04/2024 por Lusa

Mundo

UNRWA

"A nossa operação está agora coberta até ao final de junho", disse o comissário da UNRWA, Philippe Lazzarini, em entrevista à agência EFE a partir de Jerusalém, após a organização ter sido acusada por Israel de ter 12 funcionários que participaram no ataque terrorista do grupo islamita palestiniano Hamas em solo israelita em 07 de outubro, o que levou ao afastamento de vários doadores internacionais.

Philippe Lazzarini destacou hoje o regresso de um grande número de doadores e o aumento da contribuição de alguns países, bem como uma campanha extraordinária de arrecadação de fundos privados que contribuiu com 40 milhões de dólares (36,8 milhões de euros) adicionais em três meses.

Em 22 de março, a Finlândia anunciou que iria retomar a sua contribuição de cinco milhões de euros anuais para a UNRWA, juntando-se a iniciativas semelhantes da União Europeia (UE), Canadá, Suécia e Austrália, entre outros, que anunciaram que iriam reatar o financiamento para aliviar a grave crise humanitária que a Faixa de Gaza enfrenta após seis meses de guerra entre Israel e Hamas.

Outros países, como Portugal, Espanha, Brasil e Irlanda, comprometeram-se a aumentar os seus fundos, num momento em que, descreve Lazzarini, a agência enfrenta um enorme desafio, sendo o principal fornecedor de assistência humanitária na Faixa de Gaza e a única entidade, neste momento, com capacidade e presença para fornecer serviços educativos e cuidados de saúde no enclave palestiniano.

Segundo o comissário da UNRWA, a investigação, liderada pelo Departamento de Assuntos Internos da ONU, sobre o suposto envolvimento de 12 dos 30 mil funcionários da agência no massacre do Hamas, que matou quase 1.200 pessoas em 07 de outubro, na maioria civis, "ainda está em andamento" e Israel está a cooperar, mas ainda não há ainda provas conclusivas.

Os resultados de uma investigação interna separada, conduzida por um grupo da ONU liderado pela ex-ministra francesa Catherine Colonna, e que estuda o funcionamento e a estrutura da agência em relação ao seu mandato original, serão partilhados com os Estados-membros no dia 22 de abril, explicou hoje Lazzarini.

"Vamos estudar as recomendações e aceitá-las. Estamos empenhados em implementar o que precisa ser implementado, o que é viável e pode melhorar a neutralidade" dos funcionários da UNRWA, disse o comissário.

A UNRWA, criada em 1949 pela Assembleia-Geral da ONU, fornece educação, saúde e assistência a cerca de 5,6 milhões de refugiados palestinianos registados na Jordânia, no Líbano, na Síria, na Cisjordânia e na Faixa de Gaza.

Em 07 de outubro do ano passado, combatentes do Hamas realizaram em território israelita um ataque de proporções sem precedentes desde a criação do Estado de Israel, em 1948, fazendo 1.163 mortos e 250 reféns, cerca de 130 dos quais permanecem em cativeiro e 34 terão entretanto morrido, segundo o mais recente balanço das autoridades israelitas.

Em retaliação, Israel declarou uma guerra para "erradicar" o Hamas, que começou por cortes ao abastecimento de comida, água, eletricidade e combustível na Faixa de Gaza e bombardeamentos diários, seguidos de uma ofensiva terrestre ao norte do território, que depois se estendeu ao sul.

A guerra entre Israel e o Hamas fez até agora na Faixa de Gaza mais de 33.000 mortos, na maioria civis, de acordo as autoridades locais.

O conflito fez também quase dois milhões de deslocados, mergulhando o enclave palestiniano sobrepovoado e pobre numa grave crise humanitária, com mais de 1,1 milhões de pessoas numa "situação de fome catastrófica" que já está a fazer vítimas - "o número mais elevado alguma vez registado" pela ONU em estudos sobre segurança alimentar no mundo.

Leia Também: Israel argumenta que aprovação de Estado palestiniano viola carta da ONU

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