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Moscovo reconhece gravidade das cheias na Rússia e Cazaquistão

A presidência russa (Kremlin) reconheceu hoje a gravidade das cheias no país e disse que o Presidente Vladimir Putin está a par da situação, mas não tem planos para visitar as zonas afetadas.

Moscovo reconhece gravidade das cheias na Rússia e Cazaquistão
Notícias ao Minuto

13:13 - 10/04/24 por Lusa

Mundo Rússia

"A situação é muito, muito tensa", admitiu o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, aos jornalistas em Moscovo, citado pela agência francesa AFP.

Peskov disse que as previsões eram desfavoráveis e que o nível da água continuava a subir.

Referiu que Putin não tinha planos para visitar as áreas afetadas, mas estava a ser informado sobre a situação e a assistência prestada às pessoas nas zonas afetadas.

"Há uma receção constante de informações sobre os assuntos na zona de cheias", afirmou, citado pela agência russa TASS.

As inundações afetam zonas da Rússia e do Cazaquistão e ainda não atingiram o pico, segundo os especialistas.

A água continuou a subir na terça-feira nas zonas atingidas pelas cheias, nomeadamente ao longo do rio Ural, e as autoridades esperavam um novo pico hoje.

O rio Ural, com mais de 2.400 quilómetros de comprimento, corre da secção sul dos Montes Urais para a extremidade norte do Mar Cáspio, através da Rússia e do Cazaquistão.

Em Orenburg, nos Urais, o nível da água atingiu 978 centímetros hoje de manhã, segundo o centro meteorológico da cidade, depois de ter ultrapassado "o limiar crítico" de 930 cm na terça-feira à noite.

O anterior recorde de 946 cm datava de 1942, segundo a AFP.

"Este é um sinal de que a situação das inundações em Orenburg é extremamente perigosa", declarou o presidente da câmara da cidade de meio milhão de habitantes, Sergei Salmin.

De acordo com o Ministério das Situações de Emergência russo, mais de 10.500 casas foram inundadas e mais de 6.500 pessoas foram retiradas das regiões russas dos Urais e da Sibéria Ocidental.

As inundações são causadas por fortes chuvas combinadas com a subida das temperaturas, o aumento do degelo e a quebra do gelo de inverno que cobre os rios.

Não foi estabelecida qualquer relação com as alterações climáticas, mas os cientistas acreditam que o aquecimento global está a favorecer fenómenos meteorológicos extremos, como as chuvas fortes que provocam inundações.

Putin e o Presidente do Cazaquistão, Kassym-Jomart Tokayev, falaram ao telefone na terça-feira e concordaram em ativar o trabalho de coordenação dos esforços de socorro e das previsões dos meteorologistas, segundo o Kremlin.

Mais a leste, as autoridades da região de Kurgan ordenaram a evacuação de várias aldeias no rio Tobol.

No total, 62 localidades estavam na zona de risco, de acordo com o Ministério das Situações de Emergência da Rússia.

A região de Tyumen, na Sibéria ocidental, também esperava níveis recorde, tendo declarado o estado de emergência na segunda-feira.

A cidade mais afetada até agora, Orsk, na região de Orenburg, ficou debaixo de água no fim de semana após a rutura de uma barragem.

Na segunda-feira, realizaram-se manifestações no local, com os residentes a pedirem contas às autoridades, apesar das ameaças do Ministério Público regional contra qualquer concentração ilegal.

A opositora exilada Julia Navalnaya, viúva do ativista Alexei Navalny, que morreu numa prisão russa em fevereiro, denunciou a falta de preparação das autoridades e disse que "o Estado deve estar ao serviço do povo".

"Os presidentes de câmara, os governadores e o Presidente devem fazer do país um lugar agradável para viver. É essa a sua única função. E este Governo não o está a fazer", denunciou.

No Cazaquistão, "foram socorridas 96.472 pessoas" desde o início das cheias, disse hoje o Ministério das Situações de Emergência cazaque.

As regiões mais afetadas situam-se no oeste e no norte do enorme país da Ásia Central que faz fronteira com a Rússia.

Leia Também: Piores cheias em décadas no Cazaquistão e Rússia afetam milhares

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