Três filhos e quatro netos do líder do grupo islamita Hamas, Ismail Haniyeh, foram mortos num ataque aéreo israelita na Faixa de Gaza. A informação foi avançada pela agência de notícias palestiniana Shehab e confirmada por Haniyeh à Al Jazeera.
O ataque ocorreu no campo de refugiados de Shati, a leste da cidade de Gaza, onde os filhos do líder do Hamas se encontravam a visitar familiares.
"Não há dúvida de que este inimigo criminoso é movido pelo espírito de vingança e pelo espírito de assassínio e derramamento de sangue, e não respeita quaisquer normas ou leis", disse Haniyeh à Al Jazeera.
"Vimos que a guerra viola tudo em Gaza. É uma guerra de limpeza étnica e genocídio. Há deslocações em massa", acrescentou, frisando que cerca de 60 dos seus familiares foram mortos na guerra.
O líder do grupo também afirmou que os assassinatos não pressionariam o Hamas a suavizar as suas posições, quando os dois lados têm estado em conversações para uma trégua no conflito que dura há mais de seis meses no enclave palestiniano.
"Qualquer pessoa que acredite que atacar os meus filhos levará o Hamas a mudar de posição está a delirar", acrescentou.
Num comunicado, o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) confirmou também a morte de quatro netos do líder do grupo islamita palestiniano.
Até ao momento, as Forças de Defesa de Israel (IDF) não emitiram qualquer informação.
Ismail Haniyeh, sublinhe-se, é líder do movimento islamita Hamas na Palestina e atualmente reside no Qatar.
O conflito em curso entre Israel e o Hamas foi desencadeado por um ataque realizado em outubro do ano passado pelo movimento islamita palestiniano.
Nesse dia, 1.140 pessoas foram mortas, na sua maioria, civis, e sequestradas cerca de 240 pessoas, das quais uma grande parte continua na Faixa de Gaza.
Em retaliação, Israel, que prometeu destruir o movimento islamita palestiniano, tem bombardeado a Faixa de Gaza, onde, segundo o governo local liderado pelo Hamas, já foram mortas mais de 30.000 pessoas, também maioritariamente civis.
A ofensiva israelita também tem destruído a maioria das infraestruturas de Gaza e perto de dois milhões de pessoas foram forçadas a abandonar as suas casas, a quase totalidade dos 2,3 milhões de habitantes do enclave, controlado pelo Hamas desde 2007.
A população da Faixa de Gaza também se confronta com uma crise humanitária sem precedentes, devido ao colapso dos hospitais, o surto de epidemias e escassez de água potável, de alimentos, medicamentos e eletricidade.
[Notícia atualizada às 16h32]
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