"Vamos encontrar uma maneira de, mesmo que o pacto de migração entre em vigor mais ou menos na forma votada hoje, protegermos a Polónia contra o mecanismo de relocalização", indicou o chefe do executivo polaco, segundo a agência noticiosa PAP.
Tusk criticou, assim, uma das partes da reforma europeia sobre asilo e imigração, que prevê um sistema obrigatório de recolocação dos requerentes de asilo em caso de sobrecarga de um país, mas que, na prática, dilui as quotas obrigatórias.
O novo pacto sobre migração e asilo prevê que os governos possam evitar acolher migrantes recolocados, se pagarem uma indemnização por cada transferência rejeitada.
Já o chanceler alemão, Olaf Scholz, caracterizou a aprovação hoje do pacto como um "passo histórico indispensável".
Esta reforma "permite a solidariedade entre os Estados europeus", afirmou o governante, na rede social X (antigo Twitter), acrescentando que "limita a migração irregular e, finalmente, alivia os países que são particularmente afetados".
O Parlamento Europeu deu hoje luz verde final à vasta reforma da política de migração e asilo da UE, que prevê o combate à imigração ilegal e uma solidariedade obrigatória entre os Estados-membros, após quatro anos de discussões.
Na minisessão do Parlamento Europeu, que hoje arrancou em Bruxelas, os eurodeputados aprovaram por maioria os 10 textos legislativos que compõem o novo Pacto em matéria de Migração e Asilo, que foi proposto em 2020 para uma partilha equitativa das responsabilidades entre os Estados-membros e uma coordenação solidária face aos fluxos migratórios.
Esta votação era vista como a última oportunidade para aprovar o documento antes das eleições europeias de junho próximo, após ao longo destes últimos quatro anos ter sido possível, dentro da UE, ultrapassar muitas das tensões entre os 27 Estados-membros, que ainda assim mantêm diferentes visões sobre a política migratória.
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