Ucrânia. Macron apela a esforço "sustentável" da indústria de armamento

As perturbações causadas pela guerra na Ucrânia e o rearmamento mundial estão a impor um esforço "sustentável" da indústria de defesa para aumentar a produção e rapidez, disse hoje o Presidente francês, Emmanuel Macron.

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Lusa
11/04/2024 15:26 ‧ 11/04/2024 por Lusa

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"Estamos num processo de longo prazo de uma mudança geopolítica e geoestratégica, em que as indústrias de defesa vão desempenhar um papel cada vez mais importante", afirmou o chefe de Estado em Bergerac, no sudoeste de França.

Macron instou a indústria de armamento a acelerar a transição para uma "economia de guerra", de forma a continuar a apoiar ativamente a Ucrânia contra a Rússia, num esforço "urgente" em que "têm de ser rápidos, fortes, maciços, mas também sustentáveis".

"O mundo de que estamos a falar não vai acabar se a guerra acabar amanhã, porque há um rearmamento maciço (...) na Rússia e porque vemos as despesas e encomendas militares a aumentar em toda a Europa", acrescentou.

O chefe de Estado francês esteve hoje no local onde será instalada uma nova fábrica do grupo Eurenco, líder europeu na produção de pólvora e explosivos, que deverá ser inaugurada no início de 2025 e que tem como objetivo a produção de 1.200 toneladas de pólvora por ano.

A unidade de Bergerac, que produzia pólvora desde 1915, foi desmantelada em 2007 devido à falta de encomendas.

De acordo com o diretor executivo do grupo, Thierry Francou, a procura começou a aumentar antes do início da guerra na Ucrânia, mas o conflito foi um "acelerador de crescimento" para o grupo, que tem atualmente encomendas que se estendem até 2030 e ascenderam a 1,2 mil milhões de euros nos últimos seis meses.

No discurso que proferiu em janeiro perante as forças armadas francesas em Cherbourg (Manche), o Presidente francês criticou a "forma de entorpecimento satisfeito" da indústria da defesa antes da invasão da Ucrânia, referindo que uma vitória russa significa o fim da segurança europeia.

Desde o anúncio de Macron sobre a transição para uma "economia de guerra" em junho de 2022, a indústria tem tentado acelerar o ritmo para satisfazer as encomendas.

Em 2023, Paris fez uma encomenda de 20 mil milhões de euros de equipamento militar, um terço a mais do que nos anos anteriores, e as encomendas de exportação estão a acumular-se.

Em fevereiro, o chanceler alemão, Olaf Scholz, também apelou à produção de armas "em grande escala" na Europa para abastecer a Ucrânia, quando inaugurou uma fábrica de artilharia.

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, avisou no domingo que o seu país perderia a guerra se não recebesse mais ajuda, enquanto a Rússia intensificava a sua pressão no leste do país.

Um pacote de ajuda de 60 mil milhões de dólares (mais de 55 mil milhões de euros), prometido pelo Presidente norte-americano, Joe Biden, está bloqueado no Congresso há meses devido à oposição republicana.

A Ucrânia tem contado com ajuda financeira e em armamento dos aliados ocidentais desde que a Rússia invadiu o país, em 24 de fevereiro de 2022.

Os aliados de Kyiv também têm decretado sanções contra setores-chave da economia russa para tentar diminuir a capacidade de Moscovo de financiar o esforço de guerra na Ucrânia.

Leia Também: MNE francês inicia hoje no Quénia. Vai ao Ruanda e Costa do Marfim

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