Desde domingo que está em cima da mesa uma proposta de cessar-fogo que ainda não recebeu a aprovação pelo movimento islamita palestiniano e por Israel.
"Parte das negociações consiste em chegar a um acordo de cessar-fogo para que haja tempo e segurança suficientes para recolher dados definitivos e mais precisos sobre os israelitas capturados", apontou, em comunicado, Bassem Naïm, um dos membros da liderança do Hamas.
De acordo com este responsável, os reféns "estão em lugares diferentes, nas mãos de grupos diferentes".
"Alguns deles estão sob os escombros, mortos juntamente com os nossos próprios cidadãos", frisou.
Bassem Naïm acrescentou que o movimento está a negociar "equipamentos pesados" para localizá-los.
No início de março, o Hamas salientou que não sabia "quem estava vivo ou morto" entre os reféns detidos na Faixa de Gaza desde conflito desencadeado pelo ataque sem precedentes do movimento islamita palestiniano no sul de Israel, em 07 de outubro.
Mais de 250 pessoas foram sequestradas e 129 permanecem detidas em Gaza, incluindo 34 que morreram, segundo as autoridades israelitas.
Naim sublinhou que a questão dos reféns israelitas é apenas um dos temas das conversações em curso.
A última proposta apresentada pela mediação do Qatar, Estados Unidos e Egito prevê inicialmente uma trégua de seis semanas, bem como a libertação de 42 reféns detidos em Gaza em troca de 800 a 900 palestinianos presos por Israel, a entrada de 400 500 camiões de ajuda humanitária todos os dias na Faixa de Gaza e o regresso a casa dos residentes do norte do território deslocados pela guerra, segundo uma fonte do Hamas.
Esta quarta-feira um porta-voz da organização sublinhou que o Hamas está a "analisar a proposta", enquanto um porta-voz do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, acusou hoje o grupo palestiniano de "virar as costas" a "uma oferta muito razoável".
Outro alto responsável do movimento, Taher al-Nounou, frisou hoje que a mais recente proposta para um cessar-fogo não corresponde às expectativas do Hamas.
Taher al-Nounou sublinhou que as exigências israelitas de "um cessar-fogo temporário e a manutenção das suas forças na Faixa de Gaza" eram pontos de desacordo nas discussões em curso.
O ataque do Hamas em 07 de outubro causou a morte de 1.170 pessoas, a maioria civis, segundo um relatório elaborado pela agência AFP com base em dados oficiais israelitas.
A ofensiva lançada em retaliação por Israel causou até agora 33.545 mortos em Gaza, a maioria civis, segundo o Ministério da Saúde do enclave, controlado pelo Hamas.
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