"Pode basear-se, entre outras coisas, nesse documento [de Istambul], mas, desde então, houve muitas mudanças, temos novas regiões inscritas na Constituição, o que não existia há dois anos", disse o porta-voz da presidência russa, Dmitri Peskov.
O porta-voz do Kremlin referia-se às regiões anexadas pela Rússia desde que invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro de 2022.
Sete meses depois da invasão, em setembro, Moscovo juntou Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporijia à Península da Crimeia, que já tinha anexado em 2014.
"Portanto, há uma série de novas realidades das quais não se pode abstrair, mas ao mesmo tempo [o acordo de Istambul] pode ser a base para iniciar as negociações", disse Peskov, citado pela agência espanhola EFE.
Peskov lamentou na quinta-feira que a Ucrânia tivesse decidido proibir por decreto qualquer negociação com a Rússia e disse que o Presidente russo, Vladimir Putin, tem expressado repetidamente a vontade de dialogar.
"Mas ainda não vemos nenhuma oportunidade para isso", disse Peskov.
Segundo meios de comunicação social russos independentes, a Turquia propôs um projeto de acordo a Moscovo e Kyiv, que inclui o congelamento das hostilidades e referendos em 2040 nos territórios ucranianos anexados por Moscovo.
A Ucrânia e a generalidade da comunidade internacional não reconhecem a anexação das cinco regiões pela Federação Russa.
Kyiv tem exigido a retirada das tropas russas de todo o território ucraniano, incluindo a Crimeia, como pré-condição para eventuais negociações de paz com Moscovo.
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