A vacina, denominada Men5CV, é financiada pela Gavi the Vaccine Alliance, que detém a reserva mundial de vacinas contra a meningite e apoia os países de baixo rendimento na vacinação de rotina contra a doença, explicou a OMS em comunicado.
"A Nigéria é um dos 26 países hiper-endémicos da meningite em África, situada na zona conhecida como a Cintura Africana da Meningite", afirmou.
No ano passado, registou-se um aumento de 50% nos casos anuais de meningite notificados em toda a África, referiu.
Na Nigéria, o surto de uma estirpe da bactéria conduziu a 1.742 casos suspeitos, dos quais 101 foram confirmados, e a 153 mortes em sete dos 36 Estados do país - Adamawa, Bauchi, Gombe, Jigawa, Katsina, Yobe, Zamfara - entre 01 de outubro de 2023 e 11 de março de 2024.
"Para travar o surto mortal, foi levada a cabo uma campanha de vacinação entre 25 a 28 de março" em pessoas com idades compreendidas entre 1 e 29 anos, indicou.
A meningite é uma infeção grave que provoca a inflamação das membranas (meninges) que envolvem e protegem o cérebro e a medula espinhal, explicou.
"As causas da meningite são múltiplas, incluindo agentes patogénicos virais, bacterianos, fúngicos e parasitários. Os sintomas incluem frequentemente dores de cabeça, febre e rigidez do pescoço. A meningite bacteriana é a mais grave e pode também resultar em septicemia (envenenamento do sangue) e incapacitar gravemente ou matar em 24 horas as pessoas que a contraem", referiu.
"A meningite é um inimigo antigo e mortal, mas esta nova vacina tem o potencial de mudar a trajetória da doença, prevenindo futuros surtos e salvando muitas vidas", afirmou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, citado no comunicado.
"O lançamento da vacina na Nigéria aproxima-nos mais um passo do nosso objetivo de eliminar a meningite até 2030", indicou o diretor-geral.
A nova vacina oferece um escudo contra as cinco principais estirpes da bactéria meningocócica (A, C, W, Y e X) numa única injeção, segundo a OMS.
Estas cinco estirpes causam meningite e septicemia, indicou.
Desta forma, há uma proteção mais ampla do que com a atual vacina utilizada em grande parte de África, que só é eficaz contra a estirpe A, declarou.
A OMS tem estado a apoiar o Centro de Controlo e Prevenção de Doenças da Nigéria (NCDC) na resposta ao surto de meningite no país, sendo que isso inclui a vigilância da doença, a deteção ativa de casos, a análise de amostras e a gestão de casos, sublinhou.
Em 26 de abril, em Paris, vai decorrer a cimeira internacional sobre a meningite, "onde os líderes se reunirão para celebrar os progressos, identificar os desafios e avaliar os próximos passos no sentido da eliminação da meningite como problema de saúde pública até 2030", concluiu.
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