Governo guineense inicia recolha coerciva de sacos de plástico em 90 dias

O Governo da Guiné-Bissau vai avançar dentro de três meses com a campanha de recolha coerciva de sacos plásticos, que são proibidos no país, disse hoje à Lusa a Inspetora-Geral do Ambiente, Isabel Sanha.

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Lusa
15/04/2024 19:04 ‧ 15/04/2024 por Lusa

Mundo

Guiné-Bissau

Em 2013, o Governo guineense aprovou uma lei que proíbe a utilização, fabrico, importação, comercialização e distribuição de sacos plásticos, mas até hoje a medida não tem sido observada por comerciantes, que os importam, e a população, que os utiliza no seu dia-a-dia.

Neste momento decorre uma campanha de sensibilização nas rádios de Bissau, lançada pelo Ministério do Ambiente, Biodiversidade e Ação Climática, finda a qual, dentro de 90 dias, a Inspetora do Ambiente promete atuar para fazer cumprir a lei.

"É uma campanha para sensibilizar as pessoas, alertá-las quanto ao perigo de uso do saco plástico", observou Isabel Sanha, salientando que a Guiné-Bissau, embora não produza o plástico, "importa e usa muito" aquele produto.

A Inspetora-Geral do Ambiente admite que a lei contra o uso de sacos plásticos no país "nunca foi implementada com firmeza", o que espera alterar desta vez com a ajuda das autoridades e um reforço do controlo nas fronteiras terrestres.

Em 2014, o Governo até chegou a apreender e mandar guardar num armazém em Bissau toneladas de sacos plásticos importados, mas Isabel Sanha lamenta que a instabilidade governativa tenha feito esmorecer o processo de recolha.

A Inspetora-Geral do Ambiente não tem uma ideia da quantidade de sacos plásticos importados anualmente e a que atualmente existe no país, apenas sabe que "há plástico por todo o lado".

"Há muito plástico (...) no chão, às vezes, basta fazer um vento pequeno e já vêm os plásticos a voar. Temos muito plástico, nas ruas, no chão, nas nossas casas, no mar", sublinhou.

A dirigente diz ter ficado chocada ao ver um filme recentemente exibido no seu Ministério que mostra que há barcos de pesca que evitam certas zonas dos rios do país por causa do excesso de "ilhas de plástico".

A Inspetora-Geral do Ambiente chamou também a atenção das pessoas que usam o plástico para, por exemplo, guardarem comida quente, sobre os riscos que isto comporta.

Leia Também: Países mais pobres atrasam-se na covergência pela 1.ª vez neste século

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