França e RCA adotam roteiro para "reforçar" cooperação entre nações

O Presidente francês, Emmanuel Macron, e o seu homólogo centrafricano, Faustin-Archange Touadéra, adotaram hoje, em Paris, um roteiro para estabelecer uma parceria construtiva e relançar a cooperação entre as duas nações, comunicou o Eliseu.

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Lusa
17/04/2024 18:43 ‧ 17/04/2024 por Lusa

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Este encontro, no Palácio Presidencial do Eliseu - o segundo entre os dois chefes de Estado em pouco mais de seis meses -, visou pôr termo a uma rutura entre os dois países, cujas relações bilaterais se deterioraram fortemente após a aproximação entre Bangui e a Rússia, em 2018.

"O objetivo é criar o quadro para uma parceria construtiva que respeite a soberania do Estado, a fim de contribuir para a estabilidade, reforçar a coesão nacional mais ampla possível e apoiar o desenvolvimento económico e social" da República Centro-Africana, declarou a presidência francesa.

"Um dispositivo comum de acompanhamento destes compromissos foi igualmente adotado pelos dois dirigentes", acrescentou o Eliseu.

Nos últimos anos, a França tem denunciado a influência crescente do grupo paramilitar russo Wagner na República Centro-Africana (RCA), acusando-o de abusos e pilhagem de recursos naturais.

Paris também condenou as campanhas de desinformação que alimentaram o sentimento antifrancês no país e fora dele, em particular no Sahel.

O Presidente da RCA, Faustin-Archange Touadéra, alterou a Constituição em julho de 2023, num referendo boicotado pela oposição, para que se pudesse candidatar a um terceiro mandato em 2025.

Eleito em 2016 no meio de uma guerra civil, Touadéra foi reeleito em 2020 em condições contestadas pela oposição, num país onde a grande maioria do território era controlada por rebeldes, que o seu exército repeliu com a ajuda de Moscovo e a intervenção maciça de mercenários do Wagner.

A RCA é um dos países africanos francófonos onde Paris viu a sua influência ser posta em causa pela Rússia nos últimos anos. Depois dela, o Mali, o Burkina Faso e o Níger também se distanciaram da antiga potência colonial.

Leia Também: Portugal continua marcado por um centralismo "quase esquizofrénico"

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