O navio da frota militar francesa, com os seus caças Rafale Marine, deixou o porto de Toulon por volta das 10:00 locais (09:00 de Lisboa), de acordo com a AFP.
O porta-aviões é escoltado por um submarino nuclear de ataque, fragatas e um navio de abastecimento, constituindo o "grupo aéreo naval" da França e o maior da Europa.
Quando a missão de duas semanas da NATO foi anunciada, o vice-almirante francês Didier Maleterre, segundo comandante do Comando Marítimo da NATO, sublinhou que a França poderia "num estalar de dedos recuperar o comando nacional durante as operações, se necessário".
De 26 de abril a 10 de maio, o navio de guerra participará numa missão da NATO que envolve navios de vários países, incluindo Portugal, Estados Unidos, Grécia, Espanha e Itália, sob o comando do Estado-Maior marítimo, composto por quinze países, e dirigido por um vice-almirante americano.
A 25 de abril, na véspera da transferência de Charles-de-Gaulle para o controlo operacional da NATO, o porta-aviões acolherá também pela primeira vez a bordo uma conferência dos 32 embaixadores dos países membros da aliança, um sinal do reinvestimento da França na NATO.
No entanto, o anúncio de que o porta-aviões seria colocado sob o controlo da Aliança Atlântica foi criticado.
Em 12 de abril, o líder do partido França Insubmissa (LFI, coligação de partidos de esquerda e extrema-esquerda), Jean-Luc Mélenchon, criticou na rede social X a "vassalagem declarada" da França.
Como resposta, o ministro das Forças Armadas, Sébastien Lecornu, afirmou na mesma rede social que os franceses não devem ceder a mentiras, assegurando que "a França nunca perde o comando das suas forças colocadas sob a bandeira da NATO".
"O nosso porta-aviões vai liderar esta missão conduzida com os nossos aliados", disse Lecornu, acrescentando que são "os únicos europeus capazes de destacar um grupo de aeronaval desta envergadura".
Com esta missão, o porta-aviões Charles-de-Gaulle, que transporta 1.900 tripulantes e 40 aeronaves, retomou as operações após o seu período de indisponibilidade para manutenção intermédia, que começou em maio de 2023, com oito meses de trabalho para "manter e modernizar as suas capacidades" e realizar testes no mar, de acordo com o ministério.
Segundo a Marinha Francesa, nas suas missões anteriores, o porta-aviões esteve envolvido nos compromissos da França com os países da União Europeia e da NATO, mas também trabalhou para combater a reconstituição das capacidades do grupo terrorista Estado islâmico no Médio Oriente.
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