ONU recebe mais para combater terrorismo mas "resultados são modestos"

O presidente da Comissão da União Africana (UA) criticou hoje, na Nigéria, o facto de os Estados africanos receberem menos fundos para lutar contra o terrorismo que as missões de manutenção da paz da ONU.

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Lusa
22/04/2024 20:13 ‧ 22/04/2024 por Lusa

Mundo

União Africana

"Não podemos compreender que as missões da ONU, que produzem resultados muito modestos, continuem a absorver milhares de milhões de dólares todos os anos e que os Estados africanos não recebam um mínimo de recursos para combater a trágica propagação do terrorismo", afirmou Moussa Faki Mahamat no discurso de abertura de uma cimeira antiterrorista que decorre em Abuja, capital da Nigéria.

"Precisamos de uma abordagem inovadora que inclua um novo modelo de financiamento da luta contra o terrorismo e um maior envolvimento das instituições africanas e da sociedade civil", acrescentou.

Mahamat apelou a uma maior cooperação entre os Estados da UA e também entre os seus parceiros internacionais na luta contra os grupos terroristas.

O presidente da Comissão da organização pan-africana também alertou para uma "escalada do terrorismo em todo o continente", onde uma média de oito incidentes e 44 mortes foram registados todos os dias em 2023, em comparação com quatro ataques e 18 mortes por dia no ano anterior, de acordo com o Centro de Pesquisa Antiterrorista da UA.

"Infelizmente, os civis continuam a suportar o peso destes atos hediondos, com mais de 7.000 vítimas só no ano passado", lamentou.

No seu discurso, o Presidente da Nigéria, Bola Tinubu, apelou à criação de uma força regional para combater o terrorismo, enquanto grupos como o Boko Haram e o Estado Islâmico na Província da África Ocidental (ISWAP), que tiveram origem na Nigéria, estão a espalhar-se pelos países vizinhos.

O Governo nigeriano pretende aproveitar a cimeira, que decorre até terça-feira, para promover a criação de um centro regional de luta contra o terrorismo.

O nordeste da Nigéria tem sido alvo de ataques do Boko Haram desde 2009, uma violência que se agravou em 2016 com o aparecimento do seu grupo dissidente, ISWAP.

Ambos os grupos pretendem impor um Estado islâmico na Nigéria, um país de maioria muçulmana no norte e predominantemente cristã no sul.

O Boko Haram e o ISWAP já mataram mais de 35.000 pessoas e provocaram cerca de 2,7 milhões de deslocados internos, principalmente na Nigéria, mas também em países vizinhos como os Camarões, o Chade e o Níger, de acordo com dados do Governo e da ONU.

Leia Também: Sudão. União Africana apela à diplomacia para resolver guerra

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