O líder da máfia japonesa Yakuza, Takeshi Ebisawa, declarou-se culpado de múltiplas acusações de posse e tráfico de armas nucleares. Agora, pode vir a enfrentar uma pena de prisão até 20 anos por tráfico internacional de material nuclear.
As autoridades japonesas descobriram que Ebisawa faz parte de uma rede criminosa de grande escala que se estende pelo Japão, Tailândia, Bruma, Sri Lanka e Estados Unidos e transporta drogas e armas através do sudeste asiático.
O mafioso procurava também mísseis usados na guerra entre os Estados Unidos e o Afeganistão para vender a grupos armados na Birmânia e pretendia adquirir esses mísseis em troca de anfetaminas e heroína.
Em tribunal, Takeshi Ebisawa declarou-se culpado de seis acusações: conspiração para traficar materiais nucleares, tráfico efetivo de materiais nucleares, branqueamento de capitais e três acusações relacionada com drogas e armas de fogo.
Em reação, a administradora da Drug Enforcement Administration, Anne Milgram, do departamento de Justiça dos Estados Unidos, afirmou num comunicado publicado no site do governo norte-americano que a investigação permitiu expor as "profundezas chocantes" do crime organizado internacional, "desde o tráfico de materiais nucleares até ao abastecimento do comércio de estupefacientes e ao armamento de insurretos violentos".
"A DEA continua posicionada para perseguir implacavelmente qualquer pessoa que ameace a nossa segurança internacional, independentemente do local onde opere. Proteger o povo norte-americano contra esse mal será sempre a principal prioridade da DEA", garantiu Anne Milgram.
As ações judiciais contra traficantes de materiais nucleares são raras, uma vez que o negócio é rigorosamente controlado. Apenas nove países no mundo têm acesso a este tipo de armas e a indústria da energia nuclear está fortemente regulamentada.
A Agência Internacional de Energia Atómica registou 4.243 incidentes de atividades ilegais envolvendo material nuclear desde 1993.
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