Sabreen Alrouh Jouda nasceu órfã... e o seu caso é já símbolo da guerra entre o Hamas e Israel. Durante mais uma série de ataques aéreos contra a cidade de Rafah, em Gaza, a casa da família foi atacada e a mãe Sabreen Sakani , de 30 anos, o pai Shukri Joudah, e a irmã de três anos, morreram.
O óbito da família foi declarado no Hospital Kuwaiti, no sábado, mas a NBC conseguiu ainda registar o momento em que os médicos decidiram realizar o parto à mulher que estava grávida de 30 semanas e conseguiram trazer ao mundo a pequena Sabreen.
Após o ataque, a menina tornou-se notícia por ter sido retirada do ventre da sua mãe já morta e ter sobrevivido. Agora, a família mais próxima partilha o sentimento contraditório que sente em relação ao nascimento de Sabreen.
A menina, inicialmente sem vida, recorde-se, foi levada de urgência para uma sala no piso superior do edifício, onde foi sujeita a manobras de reanimação. Com apenas 1 Kg, a menina foi ressuscitada com sucesso.
A recém-nascida foi transferida para o Emirati Hospital, onde foi colocada numa unidade de cuidados neonatais, onde já foi visitada pela avó paterna e por um tio.
"Não sei se deva estar feliz por ter nascido ou se triste", admitiu o tio, de 25 anos, admitindo que a alegria do seu nascimento está a ser ofuscada pela morte dos pais. "As nossas vidas estão uma confusão", acrescenta.
Já a avó não conteve as lagrimas, junto à incubadora, onde afirmou, citada pela NBC, que a menina é a sua alegria.
Sabreen Alrouh Jouda é assim o final feliz de uma tragédia que desde 7 de outubro tem vitimado muitas crianças. O seu nascimento é sinal de esperança, numa região marcada pela destruição.
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