Com esposa investigada Sánchez cancela agenda. Vai "refletir" sobre cargo
A mulher do primeiro-ministro espanhol está a ser investigada.
© JORGE GUERRERO/AFP via Getty Images
Mundo Pedro Sánchez
O primeiro-ministro de Espanha, Pedro Sánchez, admitiu, esta quarta-feira, que vai ponderar a sua continuação no cargo, depois de a sua esposa, Begoña Gómez, ser investigada por tráfico de influências.
Numa carta dirigida aos cidadãos, com data de hoje, e publicada nas redes sociais, Sánchez admite que é agora tempo para "parar e refletir" para perceber se deve "continuar à frente do governo ou renunciar a esta alta honra".
Na missiva, o primeiro-ministro espanhol refere que a justiça, neste caso, vai chamar os responsáveis por dois jornais online para testemunhar no caso contra a esposa. "A meu ver, são jornais com uma forte orientação de Direita e Extrema-Direita", escreveu ainda.
Sánchez cancelou ainda a sua agenda até 29 de abril.
Sánchez considera que ataques são "graves"
Na carta, o primeiro-ministro considera que os ataques à esposa são "graves" e que muitas vezes as pessoas se esquecem de que por detrás dos políticos existem "pessoas". Sánchez continua apontando o dedo aos partidos mais à Direita, acusando o PP e o Vox de levaram a cabo uma estratégia de "assédio" há meses. "Trata-se de uma operação de assédio e demolição por terra, mar e ar, numa tentativa de me fazer perder força política e pessoal ao atacar a minha mulher", escreveu.
Que acusações são estas?
Segundo informou o Superior Tribunal de Justiça de Madrid, citado pela publicação El Mundo, o procedimento iniciado pelo 41.º Tribunal de Instrução da capital tem origem numa denúncia apresentada pelo sindicato Manos Limpias, com base nas atividades privadas da esposa de Pedro Sánchez.
Numa resolução datada de 16 de abril, o juiz Juan Carlos Peinado concordou que a investigação permaneceria em segredo de justiça.
Na denúncia, o sindicato de funcionários públicos (que já antes apresentou denúncias similares, muitas sem sucesso) explora a ligação de Begoña Gómez com um empresário que recebeu contratos da Administração Central.
Trata-se de Carlos Barrabés, cuja consultora - em união temporária com outra empresa - obteve prémios em 2020 e 2021 da entidade pública Red.es, dependente do Ministério da Economia. Fê-lo com o apoio expresso de Begoña Gómez que, segundo El Confidencial, numa carta, deu o seu aval à empresa. Gómez é codiretora do Mestrado em Transformação Social Competitiva da Universidade Complutense de Madrid, promovido justamente por Barrabés.
A denúncia do Manos Limpias, que desencadeou a investigação, propunha que o tribunal convocasse a mulher do presidente do governo espanhol para depor como arguida, que fossem recolhidos depoimentos de várias testemunhas e que fosse recolhida documentação sobre contratos públicos.
[Notícia atualizada às 19h15]
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