À semelhança de Portugal, também Itália celebra o seu dia da liberdade a 25 de abril. No entanto, a efeméride italiana é quase três décadas anterior à Revolução dos Cravos e assinala o triunfo sobre o nazifascismo em 1945, no final da II Guerra Mundial.
Na quinta-feira, milhares de italianos saíram às ruas para celebrar a sua libertação da ocupação nazi e do regime fascista com marchas e manifestações.
As celebrações começaram com uma cerimónia solene no túmulo do soldado desconhecido, em Roma, que foi presidida pela primeira-ministra, Giorgia Meloni. Segundo a agência de notícias The Associated Press (AP), parte das manifestações do dia foram motivadas precisamente pelo facto de a governante pertencer ao partido Irmãos de Itália, com raízes no movimento neofascista que surgiu após a queda do ditador Benito Mussolini.
Houve ainda marchas, manifestações e alguns confrontos entre a polícia e grupos pró-Palestina, que aproveitaram o dia da libertação para manifestar contra a guerra entre Israel e o Hamas, na Faixa de Gaza.
Sublinhe-se que, apesar de a guerra em Itália não ter terminado a 25 de abril de 1945, esta foi a data escolhida para assinalar a "libertação", dado ter sido nesse dia que teve início a retirada, das cidades de Milão e Turim, dos soldados da Alemanha nazi e dos soldados fascistas da 'República de Salò', um Estado 'fantoche' criado nos últimos anos da guerra, no norte do país, numa altura em que os Aliados já ocupavam boa parte do território italiano.
Por decisão do ditador Benito Mussolini, a Itália envolveu-se na II Guerra Mundial ao lado dos alemães, mas quatro anos após o início do conflito, a 8 de setembro de 1943, a Itália assinou um armistício com os Aliados, dividindo o país em dois: a sul estabeleceram-se as forças inglesas e norte-americanos, enquanto o norte foi ocupado pelas tropas alemãs.
O rei Vítor Emanuel III refugiou-se na região de Apúlia (sul), enquanto Mussolini fugiu para a Alemanha.
Pode ver, na galeria acima, imagens das manifestações em Itália.
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