"Sigo à frente do Governo". Pedro Sánchez não se demite
O primeiro-ministro de Espanha, o socialista Pedro Sánchez, anunciou hoje que continuará à frente do Governo do país, numa declaração em Madrid, no Palácio da Moncloa, a sede do Governo.
© Lusa
Mundo Espanha
Pedro Sánchez anunciou que não se vai demitir. "Decidi continuar. E continuar com mais força, se é possível, à frente do Governo de Espanha", afirmou.
Num discurso realizado no Palácio da Moncloa, em Madrid, o primeiro-ministro espanhol começou por elencar uma série de questões, às quais respondeu que não faziam valer a pena continuar.
"Se permitirmos ataques a pessoas inocentes, então não vale a pena. Se permitirmos que as mentiras mais grosseiras substituam o debate baseado em provas, então não vale a pena", indicou, considerando que não há fundamento para o ataque de que a sua família foi alvo.
Contudo, numa espécie de volte-face ao que parecia tratar-se de um 'adeus', Sánchez acabou por defender que a única forma de fazer frente a estes sucessivos ataques é continuar em frente, cada vez mais forte.
"É assim que se defende a democracia", defendeu, referindo que seguirá no cargo com todo o compromisso possível.
“Apelo à sociedade espanhola para que volte a dar o exemplo. Os males que nos afligem fazem parte de um movimento global. Mostremos ao mundo como se defende a democracia", afirmou.
Num discurso inicial em que se mostrou desiludido com o ataque de que a sua família foi alvo, considerando que nada disto tem a ver “com ideologia política” mas sim uma questão pessoal, Pedro Sánchez mostrou-se ciente de que esta “campanha de descrédito não parará”.
Por esse motivo, seguiu-se uma palavra de agradecimento a todos quantos mostraram a sua solidariedade, sobretudo para o seu “querido partido socialista” antes de fazer o anúncio que todos esperavam.
“O importante é que queremos agradecer as manifestações de solidariedade recebidas de todos os quadrantes. Graças a esta mobilização, decidi continuar”, disse, explicando ainda aquilo que motivou a sua decisão:"Agi por uma convicção clara. Ou dizemos basta, ou esta degradação da vida pública determinará o nosso futuro, condenando-nos como país"
Antes de comunicar a decisão ao país, num anúncio agendado para as 11h desta segunda-feira (10h em Portugal Continental), Sánchez esteve reunido com o rei Felipe VI, para anunciar-lhe atempadamente a sua decisão.
O primeiro-ministro espanhol indicou na semana passada que iria pensar sobre o seu futuro enquanto governante do país, tendo agora revelado ao país a sua decisão.
A decisão do governante espanhol está relacionada com a abertura de um "inquérito preliminar" por alegado tráfico de influências e corrupção da sua mulher, Begoña Gomez, na sequência de uma queixa de uma organização conotada com a extrema-direita baseada em alegações e artigos publicados em páginas na Internet e meios de comunicação digitais.
O Ministério Público pediu no dia seguinte o arquivamento da queixa, por considerar não haver indícios de delito que justifiquem a abertura de um procedimento penal.
Reveja aqui a declaração de Pedro Sánchez:
[Notícia atualizada às 10h38]
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