Segundo as especialistas, integrantes do Grupo de Trabalho sobre Desaparecimentos Forçados ou Involuntários da ONU, as principais vítimas seriam os simpatizantes da oposição venezuelana e soldados.
"Enquanto o país se prepara para as eleições presidenciais em julho de 2024, esses desaparecimentos forçados podem ter um efeito dissuasor e prejudicar o direito da população de votar livremente", alertaram as especialistas num comunicado.
Nesse sentido, as investigadoras disseram que a ocultação do paradeiro de uma pessoa não permite que essa esteja sob a proteção da lei e, por isso, exigiram "informações precisas" sobre qualquer pessoa privada de liberdade.
O desaparecimento forçado, segundo as especialistas, "implica na violação de múltiplos direitos humanos" e deixa a vítima vulnerável a abusos como a tortura.
Além disso, segundo os especialistas, "também são violados os direitos fundamentais dos familiares da pessoa desaparecida", já que a rejeição sistemática da informação acrescenta o risco de sofrer "retaliações".
O grupo apelou diretamente à responsabilidade do Estado, que tem "a obrigação de procurar e revelar a verdade sobre as pessoas desaparecidas", e alertou que a impunidade pode minar a confiança dos cidadãos no estado de direito e perpetuar "um clima de medo e insegurança".
Por esta razão, as peritas ofereceram-se diretamente para cooperar com o Governo do Presidente venezuelano, Nicolás Maduro.
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