As sanções "fazem parte dos esforços do Reino Unido para combater a corrupção em todo o mundo", escreveu o Ministério dos Negócios Estrangeiros britânico num comunicado de imprensa.
Os três visados, duas antigas ministras responsáveis pela região empobrecida de Karamoja e a presidente do Parlamento, "serão objeto de proibições de viagem e de congelamento de bens" no Reino Unido.
As duas antigas ministras, Mary Goretti Kitutu e Agnes Nandutu, "roubaram milhares de chapas metálicas" destinadas à construção de habitações económicas na região de Karamoja, para as oferecer "a figuras políticas e às suas famílias", justifica o Foreign Office no comunicado.
A presidente do Parlamento, Anita Annet Among, "beneficiou" destas atividades, acrescenta o ministério britânico.
Situada no nordeste do Uganda, nas fronteiras com o Quénia e o Sudão do Sul, a região de Karamoja é a mais pobre do país.
No ano passado, este caso provocou um escândalo neste país da África Oriental, onde a corrupção é endémica e os processos judiciais raros.
A justiça ugandesa processou várias pessoas e Agnès Nandutu foi colocada em prisão preventiva.
O parlamento do Uganda rejeitou as acusações contra Anita Annet Among, afirmando que nunca foi acusada de corrupção e salientando ser "importante que os parceiros estrangeiros, incluindo o Reino Unido, respeitem a soberania do Uganda".
"A verdadeira razão" para as sanções (de Londres) contra Anita Annet Among foi a sua "posição sobre a lei anti-homossexualidade recentemente promulgada", adianta o Parlamento em comunicado.
Esta lei, adotada em maio de 2023 e apoiada por Anita Annet Among, é considerada uma das mais repressivas do mundo, prevendo penas pesadas para as pessoas que mantêm relações homossexuais.
Londres introduziu um regime global de sanções anticorrupção em 2021 e, desde então, 42 pessoas e entidades de vários países (Bulgária, Líbano, Moldávia, Rússia, entre outros países) foram visadas.
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