O Ministério da Defesa russo afirmou hoje que as forças armadas vão organizar "num futuro próximo" exercícios nucleares envolvendo tropas localizadas perto da Ucrânia, em resposta às alegadas ameaças dos líderes ocidentais.
O porta-voz da presidência russa, Dmitri Peskov, questionado pela agência de notícias AFP sobre esse assunto, afirmou que o anúncio das manobras militares está relacionado com as declarações realizadas pelo presidente Emmanuel Macron, por representantes britânicos e por um representante do Senado dos Estados Unidos.
Esses dirigentes, segundo Peskov, "falaram sobre o desejo e até a intenção de enviar contingentes armados para a Ucrânia, ou seja, de colocar soldados da NATO diante do exército russo".
O porta-voz do Kremlin considerou que se trata de um "novo ciclo da escalada de tensão", denunciando a "retórica muito perigosa" do presidente francês.
Emmanuel Macron assumiu, mais uma vez, no início de maio a possibilidade de enviar tropas ocidentais para o terreno na Ucrânia se Moscovo rompesse "as linhas da frente" e se Kiev solicitasse ajuda.
"Descartar isso 'a priori' (a possibilidade de envio de tropas da NATO), é não ter aprendido as lições dos últimos dois anos", declarou Peskov, lembrando que os países da Aliança Atlântica inicialmente descartaram o envio de tanques e aviões para a Ucrânia, entretanto, mudarem de ideia ao enviar esses equipamentos militares para Kiev.
O chefe de Estado francês já tinha criado polémica no final de fevereiro ao afirmar que o envio de tropas para a Ucrânia não deveria "ser excluído" no futuro.
A maioria dos países europeus, bem como os Estados Unidos, no entanto, distanciaram-se claramente das observações de Macron, mesmo que alguns tenham desde então dado um passo nessa direção face ao avanço russo na frente oriental ucraniana.
A Rússia invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro de 2022.
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