Hamas reitera acusação sobre intenção de Israel atacar Rafah

As autoridades da Faixa de Gaza controlada Hamas afirmaram hoje que a ordem de evacuação ordenada por Israel para os residentes dos bairros orientais de Rafah "confirma a intenção prévia sobre o lançamento de uma agressão".

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© AFP via Getty Images

Lusa
06/05/2024 13:33 ‧ 06/05/2024 por Lusa

Mundo

Médio Oriente

O Hamas, na mesma mensagem, acusa o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, de iniciar negociações "sem abandonar a ideia" de projetar uma ofensiva contra a cidade no sul do enclave.

"O anúncio do exército de ocupação de que as zonas do leste de Rafah são perigosas e que os habitantes devem evacuá-las confirma a intenção de lançar uma agressão (...) e é coerente com as declarações de um primeiro-ministro criminoso", acusou o porta-voz do gabinete de imprensa das autoridades de Gaza, Salama Maaruf.

"A ocupação (israelita) entrou de forma enganosa nas negociações sobre tréguas sem abandonar a ideia de uma agressão generalizada contra Rafah", sublinhou o porta-voz numa declaração publicada hoje nas redes sociais.

O mesmo responsável acrescentou que "a agressão não parou por um momento em todas as zonas da Faixa de Gaza e Rafah não foi poupada pelos últimos bombardeamentos".

"O anúncio de hoje é uma continuação dos crimes sionistas e do genocídio contra o nosso povo e representa uma ameaça para a vida de um milhão e meio de palestinianos que residem em Rafah, apesar de todos os avisos internacionais sobre o perigo de qualquer ofensiva terrestre contra a cidade", disse Maaruf.

O porta-voz do Hamas disse ainda que "as instituições vitais" da zona "continuam a funcionar normalmente", nomeadamente o posto fronteiriço com o Egito e o hospital Abu Yusef al-Najar, o que reflete, disse "a insistência da população em impedir o plano da ocupação, enviando uma mensagem clara de que só vai conseguir em Rafah o que conseguiu em outras cidades".

As autoridades de Gaza argumentaram ainda que a ordem do Exército israelita "confirma a justeza da posição negocial palestiniana e a insistência na necessidade de garantir o fim da agressão, requisito básico para a conclusão de um acordo sobre a troca de prisioneiros".

"As experiências anteriores mostraram que o criminoso Netanyahu quer eliminar os reféns, bombardeando-os ou recuperando-os a baixo preço, a fim de continuar a agressão contra o nosso povo", disse, referindo-se à exigência do Hamas de que Israel ponha fim à ofensiva e retire as tropas de Gaza, como parte de um acordo de cessar-fogo para a libertação dos cidadãos capturados durante os ataques de 07 de outubro do ano passado.

O Exército israelita apelou hoje aos palestinianos para que abandonem imediatamente os bairros da parte oriental da cidade de Rafah.

A comunidade internacional opõe-se firmemente a esta operação militar, porque a cidade serve de refúgio a mais de um milhão de palestinianos que fugiram de outras zonas do enclave.

Os Estados Unidos manifestaram relutância em relação ao plano israelita, considerando que não existia uma forma segura de levar a cabo esta campanha de retirada de civis, embora não tenham comentado este novo anúncio.

Leia Também: Médio Oriente. Hamas estuda proposta de trégua com "espírito positivo"

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