Tem 100 anos, combateu na Normandia e vai casar lá. "Ilumina a vida"

Harold Terens vai casar em junho na Normandia, onde combateu durante a II Guerra Mundial. Aos 100 anos, o homem encontrou o amor pela segunda vez e diz que Jeanne Swerlin faz com que "valha a pena viver". Casamento acontece dois dias depois de o veterano ser homenageado no 80.º aniversário do Dia D.

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© WWIIMemorial/ X (Antigo Twitter)

Notícias ao Minuto
08/05/2024 17:33 ‧ 08/05/2024 por Notícias ao Minuto

Mundo

França

Um veterano que combateu durante a II Guerra Mundial vai casar-se no próximo mês na Normandia, onde milhares de soldados desembarcaram – e morreram – em 1944.

A história de Harold Terens é contada pela agência France-Presse (AFP), que conversou com ex-combatente e a sua futura mulher, Jeanne Swerlin, que tem 96 anos.

O casal considera que a sua história é “melhor do que a de Romeu e Julieta”, referindo que esta começou em 2021.

Terens já tinha sido casado com outra mulher, Thelma, com quem criou três filhos, e cuja morte, em 2018 lhe ‘deu’ “três anos de sentir pena de si mesmo e de luto”. Mas segundo contaram à AFP, foi em 2021 que conheceu Jeanne, a partir de um amigo em comum. Recorda que não houve ‘faíscas’ no ar logo no início e o centenário refere mesmo que mal conseguia olhar para Swerlin na altura em que a conheceu. Mas tudo mudou, e os dois vão agora dar o ‘nó’ num local bem significativo para ele.

“Ela ilumina a minha vida, faz tudo parecer mais bonito. Faz com que valha a pena viver”, considerou Terens à AFP.

Mas para além de estar contente por casar, o homem vai também também estar presente, dois dias antes de dar o nó, numa cerimónia do 80.º aniversário da Batalha da Normandia – desembarque que marcou o início da vitória dos Aliados sobre o regime nazi.

Centenário escapou várias vezes à morte

Para além de falar do casamento, Terens contou ainda como foi a sua experiência como combatente, referindo que foi para a guerra pouco depois de fazer 18 anos. Como todos os jovens, foi chamado a combater e dois anos depois já era especialista em código Morse. Terens era agora responsável por um navio do lado dos Aliados, e pela comunicação que era feita entre ar e terra.

“Estávamos a perder a guerra a perder muitos pilotos e aviões. Eram só jovens”, recordou, detalhando que a companhia onde estava perdeu 60 aviões durante a operação na Normandia. Depois do Dia D, Terens ofereceu-se para viajar até à região, no norte de França, para ajudar a transportar prisioneiros de guerra alemães e levar também forças aliadas para o Reino Unido.

Terens fez também parte de uma missão secreta, sem o saber – já que só foi informado por uma carta que abriu numa determinada região. Em causa estava um bombardeamento norte-americano que partiu de Inglaterra para atacar áreas controladas pela Alemanha nazi.

A operação em que participou demorou um dia, mas os alemães descobriram a base onde esteve Terens e bombardearam-na – tendo o homem escapado, mas deixado em ‘terra de ninguém’, em território que é hoje a Ucrânia. Contraiu uma doença intestinal, mas acabou por ser ajudado por uma família local e sobreviveu.

Depois, o homem regressou ao Reino Unido, onde escapou à morte uma segunda vez. Dirigindo-se a um ‘pub’, uma mulher recusou-se a servir-lhe uma bebida porque estava quase a fechar. O homem não gostou, reclamou, mas acabou por se ir embora. Terens tinha andado pouco mais de 100 metros quando uma bomba atingiu o ‘pub’.

O casamento vai acontecer a 8 de junho, com a neta de Terens a cantar durante a cerimónia.

Leia Também: Ataques com drones turcos na Somália podem ser "crimes de guerra"

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