"As chuvas excecionalmente fortes que atingiram a região, agravadas pelo fenómeno meteorológico El Niño 2023-24, causaram a perda de centenas de vidas, destacando a necessidade urgente de assistência humanitária", disse a UNICEF em comunicado.
As inundações obrigaram à deslocação de muitas famílias, forçadas a abandonar as suas casas e a procurar refúgio em abrigos improvisados ou em centros de evacuação.
Muitas das pessoas afetadas vivem frequentemente em aglomerados informais, perto das margens dos rios e sem água potável e saneamento básico.
As chuvas torrenciais causaram também danos significativos em casas, escolas e infraestruturas, bem como perdas de colheitas e de gado, segundo a agência espanhola EFE.
"As fortes chuvas e as subsequentes inundações perturbaram vidas e representam riscos significativos para as crianças nas regiões afetadas", alertou a diretora regional da UNICEF para a África Oriental e Austral, Etleva Kadilli.
No Quénia, por exemplo, as escolas estiveram encerradas durante várias semanas devido às inundações e reabrirão na próxima segunda-feira, tendo sido declarado um surto de cólera no país, com 48 casos registados.
Na Somália, mais de 160.000 pessoas foram afetadas pelas recentes inundações, dois terços das quais são crianças.
"Atualmente, a segurança e a saúde, bem como o acesso a alimentos, água potável e serviços vitais, continuam a ser fundamentais", sublinhou Kadilli.
Este ano, a longa estação das chuvas, que vai de março a maio e afeta a África Oriental, foi intensificada pelo fenómeno meteorológico El Niño, uma alteração da dinâmica atmosférica provocada pelo aumento das temperaturas no Oceano Pacífico.
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