Netanyahu acusa Egito de "fazer refém" a população de Gaza

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, acusou hoje o Egito de "fazer refém" a população de Gaza ao ser responsável por bloquear a entrada de ajuda humanitária no território sitiado pelo Exército israelita.

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Lusa
15/05/2024 22:08 ‧ 15/05/2024 por Lusa

Mundo

Médio Oriente

Netanyahu garantiu, em entrevista à estação norte-americana CNBC, que, se dependesse de Israel, o ponto de passagem de Rafah teria sido aberto 'ontem'.

"Isso não é um problema para nós. Não estamos a atrasar a abertura de Rafah", frisou o primeiro-ministro israelita.

O Egito e Israel têm-se acusado mutuamente por bloquearem a entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza através do posto de passagem de Rafah, no extremo sul do território palestiniano.

Ignorando os avisos internacionais, o Exército israelita tem vindo a realizar incursões no leste de Rafah há uma semana e assumiu o controlo do lado palestiniano da passagem da fronteira com o Egito, um ponto de entrada fundamental para a ajuda humanitária e o combustível israelitas.

Desde então, o Egito recusou-se a coordenar com Israel a entrada de ajuda na Faixa de Gaza, onde uma guerra opõe o exército israelita ao movimento islâmico palestiniano Hamas.

"Espero que o Egito leve em consideração o que digo hoje", insistiu Benjamin Netanyahu.

"Ninguém deve tomar a população palestiniana como refém de forma alguma e eu não a estou a fazer como refém. Não acho que alguém deveria fazer isso", acrescentou.

O ministro dos Negócios Estrangeiros do Egito, Sameh Shukri, acusou esta terça-feira Israel de "distorcer a verdade" após Telavive responsabilizar o Cairo pelo encerramento da fronteira de Rafah, que liga Gaza ao Sinai, e pela grave crise humanitária no enclave.

Em comunicado, Shukri rejeitou categoricamente "a política de distorcer a verdade" atribuída a Israel, acusado de "ser o único responsável pela catástrofe humanitária" em Gaza pela sua ofensiva no pequeno território palestiniano e por controlar desde há uma semana a passagem fronteiriça de Rafah, principal ponto de entrada de assistência vital para os palestinianos.

O chefe da diplomacia egípcia respondeu desta forma a um comunicado publicado pelo homólogo israelita, Israel Katz, na rede social X onde exortava diversos governos europeus a pressionarem o Egito "a reabrir o posto fronteiriço de Rafah para permitir a entrada contínua de ajuda humanitária internacional a Gaza". Frisou ainda esta decisão "está agora nas mãos dos nossos amigos egípcios".

Segundo estimativas da Agência da ONU para os refugiados palestinianos (UNRWA), cerca de 450.000 pessoas abandonaram Rafah desde a primeira ordem de retirada emitida há uma semana pelo Exército israelita, e que abrangeu de início os bairros mais a leste nos arredores da localidade, onde se encontravam cerca de 100.000 pessoas.

O atual conflito foi desencadeado por um ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023, que causou cerca de 1.200 mortos, com Israel a responder com uma ofensiva que provocou mais de 35.000 mortos e perto de 80.000 feridos, segundo balanços das duas partes.

Leia Também: Hezbollah reivindica ataque a base israelita a 30 quilómetros do Líbano

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