Garimpo ilegal é dos principais desafios do setor das minas em Moçambique

O ministro dos Recursos Minerais e Energia de Moçambique apontou hoje o garimpo ilegal como um dos principais desafios do setor das minas no país, admitindo que um número considerável de moçambicanos sobrevive da mineração ilegal.

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Lusa
16/05/2024 13:56 ‧ 16/05/2024 por Lusa

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Moçambique

"Uma das áreas onde temos grandes desafios é a área de minas [...] Na área informal, temos de reconhecer, muitos moçambicanos dedicam-se à mineração [ilegal] como forma de garantir o seu sustento, sem observância das regras ambientais e de segurança que são comuns", declarou Carlos Zacarias.

O governante falava à margem da abertura da reunião do Conselho Coordenador do Ministério dos Recursos Minerais e Energia, que decorre em Mossuril, na província de Nampula, no Norte de Moçambique.

Apesar dos desafios, prosseguiu Carlos Zacarias, o executivo moçambicano tem procurado dar a "devida atenção" à mineração ilegal.

"Nós, por vezes, assistimos acidentes graves, que até levam a morte de pessoas. Esta área de mineração em pequena escola é uma área que temos de dar bastante atenção", acrescentou o governante.

Entre as várias empresas de mineração que operam em Moçambique, a Montepuez Ruby Mining (MRM), que explora rubis no norte de Moçambique, tem sido a que mais se queixa do impacto do garimpo ilegal no país, denunciando o que classifica de "escravatura moderna" a que muitos jovens são sujeitos, a mando de traficantes de pedras preciosas no mercado internacional, nas jazidas dentro da concessão da empresa.

Desde o início da exploração mineira (2012), dezenas de garimpeiros ilegais perderam a vida em vários acidentes nos quase 34 mil hectares de concessão que a companhia, detida em 75% pelo grupo Gemfields, tem em Cabo Delgado.

Além do desafio face ao garimpo ilegal, Carlos Zacarias destacou os planos de expansão da rede elétrica no país, que pretende atingir em 2030 o acesso universal à energia com medidas que incluem a expansão da infraestrutura elétrica e soluções fora da rede, segundo a Estratégia de Transição Energética.

"Só nesta província [Nampula], no que diz respeito à meta, nós andamos entre 60 e 70%. Queremos aproveitar esta ocasião [o conselho coordenador] para tentar resolver alguns aspetos que não nos permitiram, até este momento, concluir a eletrificação", acrescentou.

De acordo com o balanço económico e social da execução do Orçamento do Estado de janeiro a junho, foram realizadas neste período 194.767 novas ligações domiciliárias de energia da Rede Nacional e Sistemas Isolados, elevando a taxa de cobertura nacional a 49,4% dos domicílios, contra os 47,8% no final de 2022 ou os 40,3% em 2021.

Sob lema "Por uma transformação e uso local dos recursos minerais e energético para o desenvolvimento", a reunião do conselho coordenador em Nampula decorre até sexta-feira, juntando vários quadros do ministério e presidentes de diversas empresas públicas.

Leia Também: Moçambique. Diferendo sobre tarifas de telecomunicações exige "diálogo"

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