Leonid Volkov, um aliado próximo do opositor russo Alexei Navalny, que foi vítima de um ataque no exterior da sua casa, na Lituânia, garantiu "nunca desistir" de lutar contra o presidente da Rússia, Vladimir Putin, que considerou ser a "maior ameaça ao mundo dos últimos 80 anos".
Naquela que foi a primeira entrevista televisiva desde que foi atacado com um martelo à porta de casa, nos arredores de Vilnius, Volkov disse à BBC que irá continuar a lutar para que o "derradeiro sacrifício" de Navalny, que morreu numa colónia penal após três anos detido, "não seja em vão".
"Sempre soubemos que estávamos a lutar contra um ditador louco e fascista que não reconhece nenhuma linha vermelha", disse o opositor, acrescentando que a morte de Navalny é "uma ferida aberta no coração".
"Se há 50 coisas que podemos fazer, temos de fazer as 50. Se fizermos 49, não é suficiente, porque é a maior ameaça ao mundo que vimos nos últimos 80 anos", frisou Volkov, que destacou ainda a necessidade de exercer "pressão militar, económica, política, interna e externa" sobre o presidente russo.
Volkov, de 43 anos, foi hospitalizado após ter sido agredido à porta de casa, no início de março, e as autoridades lituanas já detiveram três suspeitos. "Um homem atacou-me no pátio e bateu-me na perna cerca de 15 vezes. A perna está bem. Dói-me a andar... No entanto, parti o braço", revelou Volkov, na altura.
O ataque a Leonid Volkov aconteceu cerca de um mês após a morte de Navalny. Os seus apoiantes, a viúva, Yulia Navalnaya, e muitos líderes ocidentais acusaram Vladimir Putin de ser o responsável pela sua morte, mas a presidência russa negou estas acusações.
Um dia antes de ser atacado, Volkov escreveu nas redes sociais: "Putin matou Navalny. E muitos outros antes disso". Além disso, horas antes do ataque, Volkov também disse ao meio de notícias independente russo Meduza que estava preocupado com a sua segurança após a morte do opositor russo. "O principal risco agora é sermos todos mortos. Ora, é uma coisa bastante óbvia", afirmou.
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