"[Bintou] Keita está a acompanhar de perto a evolução da situação e está à disposição das autoridades congolesas para lhes prestar todo o apoio no âmbito do seu mandato", declarou a Missão da ONU na República Democrática do Congo na sua conta da rede social X (antigo Twitter).
Às primeiras horas de hoje dezenas de atacantes invadiram as residências do Presidente, Felix Tshisekedi, e do vice-primeiro-ministro e ministro das Finanças, Vital Kamerhe, numa tentativa de golpe de Estado, rapidamente travada pelo exército congolês.
A tentativa de golpe de Estado foi liderada pelo ativista da diáspora congolesa nos Estados Unidos, Christian Malanga, morto pelas Forças Armadas da República Democrática do Congo (RDC) depois de invadir o Palácio da Nação, a residência presidencial.
Malanga tinha publicado vários vídeos na sua página da rede social Facebook que mostravam um grupo de homens armados em uniforme militar no átrio e nos jardins do palácio.
"Desfrutem da libertação do nosso novo Zaire", gritou Malanga em inglês, enquanto os atacantes queimavam bandeiras da RDCongo e carregavam bandeiras do Zaire, o antigo nome da RDCongo durante a ditadura de Mobutu Sese Seko.
Os atacantes afirmaram ser da diáspora e estar a lutar para expulsar Tshisekedi do poder, segundo a imprensa local.
Por volta das 04:30 (03:30 de Lisboa), homens armados invadiram também a residência de Kamerhe, causando pelo menos três mortos, entre os quais dois polícias encarregados da segurança do político e um dos atacantes.
A segurança foi reforçada no bairro de La Gombe, em Kinshasa, onde se situam as duas casas e algumas das principais sedes governamentais e diplomáticas do país.
A embaixadora norte-americana na RDCongo, Lucy Tamlyn, condenou o ataque e manifestou-se "muito preocupada" com o alegado envolvimento de cidadãos dos EUA.
O porta-voz das forças armadas, Sylvain Ekenge, afirmou à televisão pública ter "cortado pela raiz" a "tentativa de golpe", depois de ter sugerido que os atacantes eram congoleses e estrangeiros, mas sem dar pormenores.
Christian Malanga, que se intitulava comandante e usava frequentemente um uniforme militar, era bem conhecido nos círculos da diáspora congolesa nos EUA pelos seus discursos contra o poder.
Malanga liderou o movimento Novo Zaire e o Partido dos Congoleses Unidos, tendo declarado a intenção de se candidatar à Presidência da República.
Nascido em 1983 na então República do Zaire, Malanga cresceu na comuna de Ngaba, em Kinshasa, e viveu na África do Sul e na Suazilândia antes de se estabelecer nos Estados Unidos.
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