Para Mansour, que falou à entrada do Conselho de Segurança, este reconhecimento anunciado hoje pelos três países europeus é "um investimento na paz e [serve para] salvar a solução de dois Estados" - o israelita e o palestiniano -, e é do interesse de Israel "aprender as lições e ouvir a este grito massivo internacional".
No entanto, lamentou que Israel não só não dê ouvidos a essas vozes, como também "caminhe na direção oposta, desafiando todos, atacando todos e insultando todos", a começar pelas instituições das Nações Unidas.
Mas, com o anúncio de hoje, fica claro "quem está do lado certo da História e quem está do lado errado", advogou Mansour.
O diplomata disse estar convencido de que restam apenas alguns obstáculos para alcançar o reconhecimento pleno do seu Estado, defendendo que "é uma questão de tempo".
Com as suas palavras, Mansour aludiu não só ao reconhecimento bilateral da Palestina, mas também à sua admissão na ONU como membro de pleno direito, um estatuto que foi rejeitado recentemente no Conselho de Segurança com o veto único dos Estados Unidos.
Os governos de Espanha, Irlanda e Noruega anunciaram hoje que vão oficializar o reconhecimento do Estado da Palestina na próxima terça-feira, 28 de maio.
O anúncio foi saudado pelos dirigentes palestinianos e criticado pelo Governo israelita, que chamou os seus embaixadores nos três países e convocou os homólogos em Jerusalém.
Espanha, Noruega e Irlanda somam-se aos 137 membros das Nações Unidas que reconhecem o Estado da Palestina.
Malta e a Eslovénia também afirmaram que poderão dar este passo em breve. Por seu lado, a França considera que não existem "as condições" que conduzam a esse reconhecimento.
Portugal mantém a vontade de reconhecer a Palestina, mas está a tentar obter o maior consenso possível entre os membros da União Europeia (UE), disse hoje à Lusa fonte do Ministério dos Negócios Estrangeiros.
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