Kyiv reclama ter travado assalto russo na região de Kharkiv

A Ucrânia reclamou hoje ter travado o assalto russo na região de Kharkiv, que decorre há duas semanas, e iniciado um contra-ataque neste setor do nordeste do país com presença no terreno do Presidente Volodymyr Zelensky, segundo fontes oficiais.

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© SERGEY BOBOK/AFP via Getty Images

Lusa
24/05/2024 15:07 ‧ 24/05/2024 por Lusa

Mundo

Ucrânia

O Exército russo desencadeou em 10 de maio uma ofensiva na região de Kharkiv a partir da fronteira, apoderando-se de diversas localidades e forçando a Ucrânia a deslocar reforços para a zona.

Após duas semanas de combate "as forças de defesa ucranianas travaram as tropas russas" e "conduzem ações contraofensivas", afirmou hoje o coronel Igor Prokhorenko, responsável do estado-maior ucraniano.

O militar qualificou a situação de "difícil" mas "estável e sob controlo" nesta região, onde os combates decorrem designadamente pelo controlo da localidade de Vovtchansk, parcialmente ocupada pelas forças russas.

"O inimigo está totalmente atolado em combates de rua em Vovtchansk e sofreu perdas muito importantes", assegurou hoje o general Oleksandre Syrsky, comandante em chefe do Exército ucraniano, afirmando que Mosocov está a enviar "reservas" para prosseguir o assalto.

Segundo Kyiv, a Rússia pretende forçar até à rutura das linhas defensivas das forças ucranianas, debilitadas por dois anos de guerra, a falta de novos recrutas e escassez de armamento devido a meses de hesitações ocidentais.

Cerca de 11.000 civis já abandonaram as suas casas nesta região desde 10 de maio, indicou o governador Oleg Synegoubov.

O Presidente Volodymyr Zelensky anunciou que se encontra hoje em Kharkiv, designadamente para reuniões sobre a "defesa da região, sobretudo em Vovtchansk".

"A cidade e toda a região de Kharkiv merecem todo o nosso apoio, a nossa gratidão e o nosso respeito", indicou nas redes sociais.

Numa referência a outros setores da frente, o general Syrsky admitiu uma situação mais complexa.

A sul da região de Kharkiv, os russos estão na ofensiva em Kupiansk desde há um ano com "uma situação complicada no setor de Kyslivka, onde o inimigo tenta romper as nossas defesas e atingir o rio Oskil".

No Donbass, responsável militar referiu-se a "ferozes combates" em direção a Chasiv Yar, Pokrovsk e Kurakhove, onde os russos avançam no terreno desde há meses, mas de momento sem ganhos significativos.

"Os combates mais intensos e mais violentos decorrem nos setores de Pokrovsk e Kurakhove. O inimigo tenta transpor a defesa das nossas tropas numa secção estreita da frente entre Staromykhailivka e Berdytchi", precisou.

A Rússia afirma ter desencadeado a sua ofensiva em maio no nordeste da Ucrânia para instalar uma zona tampão destinada a impedir ataques ucranianos em território russo.

Os avanços russos dos últimos dias perto de Chasiv Yar parecem multiplicar-se desde a ofensiva de 10 de maio, Moscovo reivindicou a conquista de duas povoações da periferia que a Ucrânia tinha recuperado com elevados custos no passado verão.

O Kremlin tenta aproveitar o enfraquecimento do Exército contrário devido a importantes baixas e aos meses de paralisia da ajuda militar norte-americana.

Em paralelo, a Ucrânia regista uma escassez de meios de defesa antiaérea, e tem solicitado a europeus e norte-americanos que o armamento fornecido seja utilizado para atacar em território russo, mas que os ocidentais continuam a recusar por receios de uma escalada.

Perante este impasse, as forças russas prosseguem os bombardeamentos sobre Kharkiv, segunda cidade do país, Na quinta-feira foram disparados 15 mísseis, provocando a morte a sete civis.

Um novo bombardeamento na madrugada de hoje danificou a infraestrutura ferroviária regional, vital para a economia e as deslocações internas num país privado há mais de dois anos de ligações aéreas.

A Ucrânia também continua a bombardear as zonas ocupadas no leste e a Crimeia, anexada em 2014. O governador russo local, Serguei Aksionov, indicou que dois civis foram mortos no distrito de Simferopol, capital desta península.

Leia Também: Londres avança que Rússia mobilizou unidades de África para ofensiva

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