"As conversações de paz devem ser retomadas, não com um ultimato, mas com bom senso", disse Putin, numa conferência de imprensa em Minsk, capital da Bielorrússia.
Putin apelou à Ucrânia para regressar à mesa das negociações, mas avisou que o objetivo final das conversações deveria ser "a assinatura de documentos juridicamente vinculativos" e que o regresso às negociações não poderá assentar apenas nas exigências de uma das partes.
"(Regressem as negociações) mas com base na situação atual no terreno. Estamos prontos", garantiu o líder russo, mas lançando uma questão: "Com quem negociar? Esta não é uma questão trivial (...). A Rússia está consciente de que a legitimidade do atual chefe de Estado (ucraniano) expirou".
E prosseguiu: "Um dos objetivos da conferência [internacional] que foi anunciada na Suíça é que a comunidade ocidental, os patrocinadores do atual regime de Kyiv, confirmem a legitimidade do atual ou já não atual chefe de Estado".
Quando for o momento certo, sublinhou Putin, Moscovo deve ter "a certeza absoluta" de que está a dialogar com um "poder legítimo".
Estas declarações de Putin surgem num momento em que as tropas russas estão a ganhar terreno tanto no Donbass (leste ucraniano) como na segunda frente de combate que o exército russo abriu em Kharkiv (nordeste).
A Ucrânia tem contado com ajuda financeira e em armamento dos aliados ocidentais desde que a Rússia invadiu o país, em 24 de fevereiro de 2022.
Os aliados de Kyiv também têm decretado sanções contra setores-chave da economia russa para tentar diminuir a capacidade de Moscovo de financiar o esforço de guerra na Ucrânia.
Os últimos meses foram marcados por ataques aéreos em grande escala da Rússia contra cidades e infraestruturas ucranianas, ao passo que as forças de Kyiv têm visado alvos em território russo próximos da fronteira e na península da Crimeia, ilegalmente anexada em 2014.
Já no terceiro ano de guerra, as Forças Armadas ucranianas têm-se confrontado com falta de armamento e munições, apesar das reiteradas promessas de ajuda dos aliados ocidentais.
Mais de 70 chefes de Estado e de Governo confirmaram presença até ao momento na Conferência para a Paz na Ucrânia, que decorrerá entre 15 e 16 de junho na Suíça, indicaram esta semana fontes oficiais helvéticas.
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