O exército chinês "concluiu com sucesso" os exercícios denominados Joint Sword - 2024A, disse na noite de sexta-feira um apresentador da CCTV-7, a televisão estatal chinesa responsável pelas notícias militares.
O Ministério da Defesa Nacional de Taiwan disse hoje ter detetado, nas últimas 24 horas, a presença de 62 aviões de guerra chineses e 27 navios chineses nas proximidades da ilha e dos arquipélagos periféricos.
Num relatório, o ministro disse que 47 destas aeronaves, incluindo caças SU-30 e bombardeiros H-6, cruzaram a linha média do Estreito de Taiwan, a fronteira de facto entre as duas partes.
Este é o número diário mais elevado de incursões desde 11 de abril de 2023, quando a China lançou uma série de manobras em torno de Taiwan após o encontro entre a então Presidente taiwanesa Tsai Ing-wen e o então presidente da câmara baixa do parlamento dos EUA, Kevin McCarthy, nos Estados Unidos.
Alguns dos aviões de guerra chineses passaram a 39 milhas náuticas (72,2 quilómetros) de Keelung, uma cidade do norte de Taiwan que alberga uma base militar, e a 41 milhas náuticas (76 quilómetros) do Cabo Eluanbi, no sul do país, disse o ministério.
As forças armadas de Taiwan "acompanharam a situação e empregaram aviões de combate, navios da Marinha e sistemas de mísseis costeiros em resposta às atividades detetadas", afirmou o ministério.
Durante os dois dias de manobras chinesas, Taiwan detetou um total de 111 aviões de guerra -- 82 dos quais cruzaram a linha média do Estreito de Taiwan - e 53 navios da Marinha e da Guarda Costeira chinesas.
Na sexta-feira, a Administração da Guarda Costeira de Taiwan disse ter repelido a incursão de quatro navios chineses que entraram em águas próximas das ilhas Wuqiu e Dongyin, situadas junto à China continental.
Taiwan disse que esta é a oitava vez em maio que navios da Guarda Costeira chinesa navegam em "águas restritas" dos arquipélagos periféricos, afetando a "segurança da navegação" e "prejudicando a paz e a estabilidade" da região.
A ação militar da China ocorreu dias depois de tomar posse o novo Presidente de Taiwan, William Lai, que na quinta-feira apelou à população para manter a calma, mobilizou as forças armadas da ilha e garantiu que o seu governo protegeria a democracia de Taiwan com determinação.
O território opera como uma entidade política soberana, com diplomacia e exército próprios, apesar de oficialmente não ser independente. Pequim considera Taiwan uma província sua, que deve ser reunificada, pela força, caso seja necessário.
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