"Estes representantes dos países da NATO, especialmente na Europa, especialmente nos países pequenos, devem saber com o que estão a brincar", afirmou Putin numa conferência de imprensa no final de uma visita ao Uzbequistão.
"Devem lembrar-se que, regra geral, são Estados com territórios pequenos, mas densamente povoados", afirmou, citado pela agência espanhola EFE.
Putin insistiu que este é o fator que os países ocidentais "devem ter em conta antes de falarem em lançar ataques contra o interior do território russo".
"Esta escalada constante pode ter consequências graves e, se essas consequências graves se fizerem sentir na Europa, como é que os Estados Unidos vão reagir?", questionou, aludindo à paridade nuclear entre as duas superpotências.
"Será que eles querem um conflito global?", acrescentou.
O secretário-geral da NATO (sigla inglesa da Organização do Tratado do Atlântico Norte), Jens Stoltenberg, defendeu no fim de semana a possibilidade de armas dos aliados ocidentais poderem ser usadas pela Ucrânia para atacar território russo.
"Talvez seja altura de alguns aliados considerarem a possibilidade de levantar este tipo de restrições à utilização das armas que enviam para a Ucrânia", afirmou Stoltenberg numa entrevista à revista britânica The Economist.
Na sequência da entrevista, França e Itália recusaram que seja permitido que a Ucrânia utilize armas que lhe são fornecidas contra alvos em território russo, enquanto a República Checa admitiu essa possibilidade.
"É totalmente lógico", disse o primeiro-ministro checo, Petr Fiala numa conferência de imprensa em Praga.
Na segunda-feira, a Assembleia Parlamentar da NATO, uma instituição independente da Aliança Atlântica, aprovou uma declaração de apoio à capacidade da Ucrânia de atacar alvos militares na Rússia também com armas fornecidas por países aliados.
O texto foi aprovado por 47 dos 56 países ou instituições que compõem o organismo, que funciona como elo de ligação entre a NATO e os parlamentos dos países membros da Aliança Atlântica.
A Rússia, que invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro de 2022, tem em curso uma nova ofensiva desde 10 de maio, depois de ter sustido uma contraofensiva ucraniana no verão.
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, que visita hoje Portugal, tem criticado com insistência o atraso no fornecimento de armas e a recusa dos aliados em que possam ser usadas para atacar território russo.
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