Nas previsões de janeiro, a organização tinha antecipado que o desemprego mundial subiria para 5,2%, mas na revisão intercalar apresentou dados mais otimistas, baseados, segundo o relatório, na boa evolução do mercado de trabalho nas economias desenvolvidas e emergentes.
"Nas grandes economias, como a Índia, os números do desemprego foram mais baixos do que o previsto, o que também se verificou nos países desenvolvidos (como os Estados Unidos)", afirmou o diretor de análise de dados da OIT, Steven Kapsos, ao comentar o relatório de previsões.
Em termos absolutos, a OIT prevê uma descida de 190,8 milhões de desempregados a nível mundial em 2023 para 183 milhões em 2024, quando no início deste ano a organização tinha estimado que este grupo subiria para 192,7 milhões.
A OIT indicou ainda que o "défice de emprego" (um indicador que tem em conta não só as pessoas registadas como desempregadas, mas também as que pretendem entrar no mercado de trabalho) será de 402 milhões de pessoas este ano.
Por outro lado, a organização sediada em Genebra prevê que a taxa de desemprego se mantenha em 4,9% a nível mundial em 2025, um valor que representa igualmente uma revisão em baixa do relatório anterior.
Por região, em 2024, a OIT estima que a taxa de desemprego se situará em 5,6% na Europa e na Ásia Central (menos uma décima do que em 2023), enquanto nas Américas será de 5,3%, a mesma percentagem do ano passado.
A taxa mais baixa registar-se-á na Ásia-Pacífico (4,2%, o mesmo valor que em 2023) e a mais elevada nos países árabes (10,3%, mais quatro décimas do que há um ano).
Apesar dos números relativamente positivos, a OIT sublinha no novo relatório que as desigualdades nos mercados de trabalho persistem, em especial para as mulheres dos países com baixos rendimentos.
Globalmente, 45,6% das mulheres estarão empregadas este ano, em comparação com 69,2% dos homens, de acordo com o estudo, que também destaca as disparidades salariais entre homens e mulheres: nos países de elevado rendimento, em média, as mulheres ganham menos 73% do que os homens e nos países de baixo rendimento menos 44%.
"Apesar dos nossos esforços para reduzir as desigualdades a nível mundial, o mercado de trabalho continua a ser um campo de jogo desigual, especialmente para as mulheres", comentou o diretor-geral da OIT, Gilbert Houngbo, aquando da divulgação dos dados.
"Temos de colocar a inclusão e a justiça social no centro das nossas políticas e instituições, caso contrário não conseguiremos atingir o nosso objetivo de garantir um desenvolvimento forte e integrado", acrescentou.
O relatório também destacou a persistência do trabalho informal, que emprega atualmente cerca de dois mil milhões de pessoas, contra 1,7 mil milhões em 2005, apesar dos esforços para regular e proteger os trabalhadores globais através de quadros regulamentares.
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